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Estado de Minas

Líder dos protestos morre baleado em eleições tumultuadas na Tailândia


postado em 26/01/2014 12:10

Um dos líderes das manifestações antigovernamentais na Tailândia morreu baleado neste domingo, em Bangcoc, durante operação de boicote à votação antecipada organizada uma semana antes das eleições legislativas.

Suthin Tharathin foi baleado na cabeça enquanto fazia um discurso em cima de uma camionete perto de uma seção eleitoral, informou a oposição. O porta-voz dos manifestantes, Akanat Promphan, atribuiu a responsabilidade pelo ataque a uma "multidão favorável ao governo".

Tharathin era um dos líderes do Dhamma Army, um dos grupos mais radicais do movimento antigovernamental tailandês organizado em torno de Suthep Thaugsuban.

Novos confrontos entre opositores e simpatizantes do governo - chamados de "camisas de vermelhas" - deixaram uma pessoa morta e nove feridas, segundo a polícia.

Até o momento os "camisas vermelhas" haviam respeitado instruções para evitar qualquer tipo de confrontação.

Suthin Tharathin é a décima vítima fatal na Tailândia desde que começaram as manifestações contra o governo, há quase três meses. O novo incidente torna ainda mais difícil a organização de um pleito no próximo domingo.

Ao todo, a votação antecipada aconteceu normalmente, em 66 das 76 províncias do país. Mas em Bangcoc, 45 das 50 seções eleitorais tiveram que ser fechadas pela comissão eleitoral em razão da movimentação dos manifestantes.

Dezenas foram impedidas de abrir, especialmente no sul do país - reduto da oposição.

"Estou aqui para impedir que as pessoas votem", explicou Amornchock, manifestante de 64 anos, que bloqueava o acesso a uma seção eleitoral na capital junto a outros 2.500 manifestantes, de acordo com a polícia.

"Não me oponho à democracia, não sou contra as eleições, mas elas devem ser justas", acrescentou Amornchock, retomando a ideia da oposição de adiar as eleições a fim de ganhar tempo para fazer reformas, com um "conselho do povo" no poder durante esse ínterim.

Votar para "proteger meus direitos"

Diante de uma seção eleitoral, uma dezena de eleitores mostrava sua insatisfação. "Estou aqui para proteger meus direitos", disse à AFP Vipa Yoteepitak, de 75 anos.

"Não podemos deixar isso passar. Se não lutarmos hoje, perderemos nossos direitos", acrescentou a mulher, furiosa por não poder exercer seu poder de voto.

Como ela, mais de dois milhões de eleitores - dos mais de 49 milhões - se mostraram dispostos a votar com uma semana de antecedência nas eleições legislativas propostas pela primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, que convocou eleições antecipadas para o dia 2 de fevereiro. Ela tenta colocar um fim à crise política que se arrasta no país.

O manifestantes, que formam uma oposição heterogênea, ligada às elites de Bangcoc, aos ultra-monarquistas e aos habitantes do sul, exigem há mais de dois meses a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e o fim do sistema político que chamam de "sistema Thaksin", em referência ao irmão de Yingluck.

A votação antecipada - prevista para ajudar os eleitores que não poderiam se deslocar no próximo domingo - era vista como um teste.

Um dos líderes da oposição, Suthep Thaugsuban, prometeu que seus manifestantes não impediriam os eleitores de entrar nas seções eleitorais, mas tentariam "persuadi-los" de seu erro.

A presença dos manifestantes nos arredores das seções é, por si, "uma porta aberta a uma forma de intimidação dos eleitores", disse Sunai Phasuk, da ONG Human Rights Watch.

Yingluck Shinawatra, que dissolveu o parlamento na tentativa de acalmar os ânimos, se recusa a renunciar para dar lugar ao "conselho do povo" reivindicado pelos manifestantes.

A primeira-ministra deve se reunir com a comissão eleitoral na próxima terça-feira e poderá se ver obrigada a anunciar um adiamento das eleições.


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