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Estado de Minas

Ofensiva a caminho no Sudão do Sul

Presidente diz que tropas do governo pretendem retomar o controle de Bor, cidade que caiu nas mãos de rebeldes. Organização Médicos sem Fronteiras (MSF) informou que os combates se expandiram também ao estado de Alto Nilo


postado em 24/12/2013 07:00 / atualizado em 24/12/2013 08:11

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3 mil cidadãos de países como Canadá, Grã-Bretanha e Quênia permanecem presos na região(foto: AFP PHOTO / UNMISS / Rolla Hinedi)
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3 mil cidadãos de países como Canadá, Grã-Bretanha e Quênia permanecem presos na região (foto: AFP PHOTO / UNMISS / Rolla Hinedi)

Juba – O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, diz que as tropas do país estão prontas para atacar a cidade de Bor, capital do estado de Jonglei, que está sob o controle de rebeldes ligados ao ex-vice presidente Riek Machar, que foi destituído do cargo em julho. As Forças Armadas se dividiram em duas facções que seguem a orientação étnica de seus líderes. Kiir é do grupo étnico Dinka e Machar é da etnia Lou Nuer. Vários países pressionam para que as duas partes dialoguem, mas a iminência do ataque a Bor pode inflamar o conflito e levar o país a uma guerra civil entre suas diversas etnias – são mais de 200 no país.

“O Exército está em direção a Bor neste momento”, afirmou Kiir ao Parlamento. O presidente disse que o contra-ataque só foi adiado porque os Estados Unidos estavam fazendo uma ação de resgate de cidadãos estrangeiros e locais com helicópteros. Bor fica a cerca de 200 quilômetros da capital, Juba, e foi tomada por insurgentes na semana passada. No Parlamento do Sudão do Sul, Kiir mostrou de novo sua intenção de negociar com Machar, mas “sem condições prévias”. O ex-vice-presidente informou que negociaria unicamente após a saída do presidente.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3 mil cidadãos de países como Canadá, Grã-Bretanha e Quênia permanecem presos na região. Toby Lanzer, coordenador humanitário da ONU, disse que australianos, ugandenses e etíopes também estão entre as 17 mil pessoas que procuram proteção na base da ONU em Bor. A cidade foi o palco de onde os rebeldes dispararam contra três aviões militares norte-americanos no sábado, forçando os helicópteros dos EUA a abortar sua missão de evacuação. Cerca de 46 soldados dos Estados Unidos se somaram aos 45 que já estavam no Sudão do Sul para ajudar na retirada dos cidadãos norte-americanos.

A violência no país começou na noite de 15 de dezembro. Salva Kiir disse na semana passada que uma tentativa de golpe militar foi a causa dos conflitos, culpando o ex-vice-presidente Riek Machar, que nega o fato. Ele afirma que o motim começou entre soldados da Guarda Presidencial, quando militares dinka tentaram desarmar colegas lou nuer.

Desde então, estima-se que mais de mil pessoas já tenham morrido nos confrontos, mas não há números oficiais. De acordo com a ONU, os refugiados já somam mais de 100 mil. Lanzer explica que está buscando assistência financeira com urgência por parte da comunidade internacional. "Eu não posso esperar por qualquer atraso em recursos agora", disse o coordenador. “Há uma semana, era difícil imaginar que as coisas podiam se degenerar dessa forma”, disse Lanzer. “Espero estar equivocado, se não, milhares de pessoas precisarão de ajuda muito em breve.” Segundo ele, a situação em Bor é tão grave que os capacetes azuis na área não terão capacidade para defender os 17 mil civis refugiados na base local da ONU.

A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) informou que os combates se expandiram também ao estado de Alto Nilo. Em Nasir, onde Machar começou sua primeira revolta, em 1991, a MSF atendeu 24 pessoas baleadas. O Exército sul-sudanês afirma que pretende recuperar o controle de Bentiu, capital do estado de Unidade. O estado é estratégico porque concentra a produção de petróleo nacional, um setor que representa 95% da frágil economia do país. No domingo, o porta-voz do Exército, Philip Aguer. Admitiu que a região estava sob controle de partidários de Machar. Ontem, o Comando dos Estados Unidos para a África começou a reposicionar suas forças, já que os militares norte-americanos se preparam para a possibilidade de novas retiradas de cidadãos de seu país e de outras nacionalidades do Sudão do Sul.


REP. CENTRO-AFRICANA
As tropas da União Africana enfrentaram manifestantes que protestavam contra a presença de militares estrangeiros no país. Durante o conflito, soldados do Chade dispararam contra uma multidão, matando uma pessoa e ferindo várias, segundo testemunhas. Pelo menos nove pessoas morreram ontem nos confrontos, que opõem cristãos e muçulmanos.


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