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Estado de Minas ESQUERDA, VOLVER

Ex-presidente Michelle Bachelet é grande favorita para vencer eleições no Chile

A candidata do governo, Evelyn Matthei. Aliança reúne democratas-cristãos e comunistas


postado em 17/11/2013 00:12 / atualizado em 17/11/2013 08:55

(foto: HECTOR RETAMAL/AFP)
(foto: HECTOR RETAMAL/AFP)

Santiago
– Caso todos os prognósticos se confirmem, a socialista Michelle Bachelet será reconduzida ao Palácio de La Moneda, hoje, pelos votos depositados nas 41.349 urnas espalhadas por todo o Chile. A ex-presidente é a favorita para vencer já no primeiro turno, uma façanha que não se repete no país desde 1993. No entanto, existe o receio de que uma alta abstenção, estimada em 53%, possa fazer a diferença nos resultados finais. De acordo com últimos números divulgados, Bachelet conta com 47% das intenções de voto, enquanto a candidata de direita Evelyn Matthei tem 14%. Em terceiro lugar segue Franco Parisi, que aparece na disputa com apenas 10% de preferência.

Pediatra de 62 anos, divorciada e mãe de três filhos, Bachelet representa a Nova Maioria, uma aliança de socialistas, democratas-cristãos e comunistas. Depois de ser eleita em 2006, ela entrou para história como a primeira mulher presidente na América Latina. E sua popularidade segue em alta. Depois de ganhar a confiança dos chilenos no primeiro mandato, a ex-presidente deseja colocar em prática um programa de reformas com foco em uma reestruturação nos sistemas educacional e fiscal, além de uma mudança da Constituição – uma estratégia para acabar com o legado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Apesar de apresentar um dos maiores crescimentos da América Latina, o Chile permanece um país desigual, com focos de pobreza e regiões menos desenvolvidas. Nesse contexto, são o modelo de crescimento, visto como neoliberal, e o sistema político do país que estão em jogo no pleito de hoje, disputado por nove candidatos. “A população quer a democracia, mas existe uma insatisfação grande com as oportunidades, com a possibilidade de mobilidade social. O Chile é um país mais rico, mas as pessoas não conseguem mudar suas condições sociais”, afirmou Marta Lagos, diretora no Chile da Latinobarômetro. Por isso, segundo ela, temas que surgiram de protestos da população, como a mudança no sistema educacional reivindicada por estudantes e professores e a reforma tributária, entraram na campanha eleitoral.

Para Fernando García-Naddaf, professor de comunicação política da Universidade Diego Portales, se não fossem as reclamações e protestos dos estudantes e a não obrigatoriedade do voto, a eleição presidencial deste ano teria como centro do debate a insegurança e o desenvolvimento econômico. “Os políticos viram que precisam convocar as pessoas com razões, com propostas. As pessoas foram para as ruas, novos temas surgiram”, avalia García-Naddaf. “Bachelet e a Nova Maioria tiveram a qualidade de incorporar as demandas sociais à sua agenda. A fórmula Bachelet mais estudantes, por exemplo, é imbatível”, diz Cristóbal Bellolio, da Escola de Governo da Universidade Adolfo Ibáñez. O economista Cristóbal Huneeus, que integrou o Ministério da Fazenda no governo da ex-presidente, analisa que no Chile as pessoas veem que o sistema neoliberal só beneficia alguns. Somos um país mais capitalista que os Estados Unidos", afirma.

Reformas

Para concretizar as mudanças prometidas, Bachelet precisa de ampla maioria no Congresso, que também será reformulado hoje. As pesquisas também preveem que Bachelet vá obter o domínio do Parlamento, mas não terá folga necessária para realizar reformas mais profundas. Outra expectativa que ronda a possível eleição da socialista diz respeito ao Partido Comunista Chileno, que faz parte do grupo de apoio à sua candidatura e que aguarda, ansioso, os resultados. Caso obtenham a vitória conjunta, eles retornariam ao poder após 40 anos fora da liderança. A última vez que os comunistas estiveram no governo foi com o conglomerado de esquerda Unidade Popular (UP), que assumiu o cargo em 1970, com Salvador Allende.

Os chilenos vão renovar a totalidade da Câmara dos Deputados, de 120 membros, e metade do Senado, de 38 membros. Ao todo, 13 milhões de eleitores estão inscritos para votar. No entanto, grande medo que ronda o governo é o da abstinência, já que as eleições no Chile se tornaram facultativas. Nas últimas eleições, a inscrição era voluntária, mas o voto era obrigatório. Não existem projeções exatas sobre o número de eleitores que comparecerão às urnas.


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