Mergulhadores italianos recuperaram nesta terça-feira mais 38 corpos de vítimas do naufrágio de quinta na ilha de Lampedusa, em um trabalho cansativo que requer paciência.
"É uma operação difícil por causa das cordas e dos cabos que flutuam na água", ressaltou Ricci, que explicou que depois de levar os corpos com a ajuda de uma corda para a superfície, estes devem ser colocados nas lanchas. "É muito cansativo", acrescentou.
Segundo Mussiie Ghebberhiert, um dos sobreviventes do naufrágio, consultado pelo procurador de Agrigento (Sicília) nesta terça, "o barco transportava 545 pessoas, entre as quais havia cerca de 20 crianças com idades entre alguns meses e oito anos".
Apenas 155 pessoas foram resgatadas, o que leva a temer que o registro chegue a entre 300 e 390 mortos. Até agora foram recuperados 288 corpos, depois da retirada de 24 durante a manhã e de outros 14 à tarde, segundo o comandante Filippo Marini, porta-voz da Guarda Costeira.
O Ministério Público de Agrigento, na Sicília, que investiga o naufrágio, emitiu uma ordem de prisão contra o tunisiano Kaled Bensalam, detido durante a chegada dos primeiros sobreviventes, acusado de homicídios múltiplos, naufrágio e apoio à imigração ilegal.
Ao mesmo tempo, o fluxo de imigrantes no Mediterrâneo não dá trégua.
Na noite de segunda-feira, dois barcos, com bandeira de Panamá e Dinamarca, resgataram mais de 400 imigrantes a 100 km da costa siciliana.
Um navio de carga com bandeira panamenha, o "Begonia G.", salvou 263 pessoas, que alegam ser sírios e palestinos, a mais de 100 km da costa siciliana.
Outro navio, de bandeira dinamarquesa, salvou 141 imigrantes, que dizem ser sírios, incluindo 39 mulheres e 28 crianças.
Todos os resgatados foram levados para a Sicília.