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Estado de Minas

Quênia enterra mortos e espera respostas após ataque em shopping

Este é o segundo, dos três dias de luto decretados pelo governo


postado em 26/09/2013 17:55 / atualizado em 26/09/2013 19:25

Uma pessoa reza próxima ao túmulo da apresentadora de TV Ruhila Adatia, morta no ataque ao shopping Westgate(foto: REUTERS/Thomas Mukoya )
Uma pessoa reza próxima ao túmulo da apresentadora de TV Ruhila Adatia, morta no ataque ao shopping Westgate (foto: REUTERS/Thomas Mukoya )

O Quênia enterrou nesta quinta-feira as vítimas do massacre do centro comercial Westgate de Nairóbi, sobre o qual ainda persistem muitas perguntas sem resposta.

Familiares de luto compareceram aos funerais das vítimas, cujos corpos foram resgatados dos escombros do luxuoso shopping. Em todo o país, as bandeiras estavam a meio mastro, no segundo dia de luto nacional dos três decretados pelo governo. Além disso, foram instaladas várias células de apoio psicológico, em particular no necrotério principal de Nairóbi.

Mais de 2.000 pessoas foram prestar uma última homenagem a Ruhila Adatia, de 31 anos, uma popular apresentadora de televisão, grávida no momento de sua morte. Foi enterrada ao mesmo tempo que outra das vítimas, Shairoz Dossa, de 44 anos, mãe de três crianças e, como ela, de confissão ismaelita.

No Westgate, os socorristas e investigadores seguiam realizando no devastado edifício, de onde se elevavam pequenas colunas de fumaça. O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, anunciou na tarde de terça-feira o fim do ataque de Westgate e um balanço dramático: ao menos 61 civis mortos, além de seis membros das forças de segurança e cinco criminosos. No total, 240 pessoas ficaram feridas e 11 detidas. A polícia indicou que o registro é provisório. A Cruz Vermelha indicou 61 desaparecidos (contra um registro anterior de 71 desaparecidos), alguns dos quais, incluindo membros do grupo radical islâmico, podem estar entre os escombros.

O ministro do Interior, Joseph Ole Lenku, quis tranquilizar a opinião pública e disse que "há um número pequeno de corpos" entre as ruínas enegrecidas pelas chamas. No entanto, a imprensa e as redes sociais quenianas receberam com ceticismo estas declarações. Para o jornal Daily Nation, "há um grande problema sobre o número de reféns que podem ter morrido nos tiroteios" entre os criminosos e forças de segurança, assim como "no desabamento dos andares" do centro comercial. No Twitter, surgiam perguntas como: "Se há reféns que foram socorridos, onde estão?".

O líder do grupo islamita Shebab que realizou o ataque, Ahmed Abdi Godan, declarou que o comando agiu em represália pela presença do exército queniano na Somália desde o fim de 2011, e contra "os ocidentais que apoiaram a invasão queniana" da Somália. "Retirem suas tropas (...) ou preparem-se para outros massacres", ameaçou. De qualquer forma, os shebab conseguiram despertar temor. No Burundi, país que também participa das operações na Somália, a população teme ser o próximo alvo de um ataque e já são muitas as vozes que exigem a retirada das tropas na Somália.

Os investigadores de vários países, entre eles Reino Unido, Estados Unidos, Israel, Alemanha e Canadá, assim como da Interpol, ajudam as autoridades quenianas na investigação que abriram. Segundo o ministro do Interior, a investigação "vai durar ao menos uma semana". Além da identidade das vítimas, continua sendo controversa a identidade dos criminosos, já que algumas fontes se referem à presença de americanos ou britânicos entre eles.

Ainda nesta quinta, a Interpol emitiu uma ordem de captura internacional contra a britânica Samantha Lewthwaite, chamada de "viúva branca", a pedido do Quênia, indicou em um comunicado a organização internacional. Samantha Lewthwaite, de 29 anos, conhecida também pelo nome de Natalie Webb, é procurada pelo Quênia por posse de explosivos e conspiração para cometer um crime. Essas acusações datam de dezembro de 2011. Há aproximadamente dois anos, Lewthwaite, mãe de três filhos e viúva de um dos terroristas suicidas dos atentados de 7 de julho de 2005 em Londres, está foragida.

A segurança foi reforçada nas principais cidades, nos aeroportos e nas fronteiras. Mas dois policiais e um civil morreram em dois incidentes separados no nordeste e na fronteira com a Somália. A morte dos policiais foi reivindicada pelos shebab em sua conta no Twitter.

Embora a classe política não pare de pedir união, o ataque do Westgate pode reativar as tensões étnico-religiosas entre cristãos majoritários e muçulmanos, em grande parte de origem somali.


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