Os preços dos contratos futuros de petróleo em Nova York fecharam em alta nesta sexta-feira, pela primeira vez em quase três anos, acima do Brent de Londres, em um mercado com crescente otimismo sobre a demanda norte-americana de petróleo.
O barril de "light sweet crude" (WTI), que alcançou U$109,32 pela manhã, fechou a U$108,05, apenas um centavo acima de quinta-feira, mas suficiente para superar o Brent do Mar do Norte pela primeira vez desde 16 de agosto de 2010.
"A diferença sobre o preço do Brent, que caiu pouco a pouco nos últimos dias, desapareceu completamente", destacou Matt Smith, da Schneider Electric.
O petróleo norte-americano, que habitualmente é cotado acima do Brent por sua maior qualidade, caiu em meados de agosto de 2010 devido à estagnação das reservas em Cushing, Oklahoma (centro-sul dos Estados Unidos), que servem de referência para o WTI.
Há alguns meses, a notável melhora da logística reduziu a pressão em Cushing e as reservas de petróleo no centro distribuidor caíram de um máximo desde 1994, de 52 milhões de barris em janeiro, a 46 milhões de barris na semana passada.
Além disso, as reservas de petróleo norte-americano caíram fortemente, de um máximo em 80 anos alcançado no final de maio, registrando uma queda de 27 milhões de barris nas três últimas semanas, segundo os dados do Departamento de Energia.
"Com as expectativas de que haja um maior descongestionamento em Cushing, os investidores que tinham se refugiado no Brent voltam em massa", disse Matt Smith.
Assim, a demanda das refinarias norte-americanas, especialmente as localizadas no Golfo do México, aumenta constantemente.
Além disso, o consumo de gasolina sobe no período de férias nos Estados Unidos, o que acentua o otimismo dos operadores sobre a demanda no maior consumidor mundial de petróleo.
Contudo, James Williams, da WTRG Economics, disse que este problema não está completamente resolvido e que não surpreenderia que o Brent volte a subir acima do WTI na próxima semana.