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Estado de Minas

Os 25 anos do memorável show de Springsteen por uma Alemanha sem barreiras


postado em 15/07/2013 16:40

Há 25 anos, a lenda americana do rock Bruce Springsteen se apresentou diante de cerca de 300 mil alemães orientais sedentos por liberdade, um acontecimento que, para alguns, pode ter ajudado a derrubar o Muro de Berlim.

O aniversário do show, que foi realizado em 19 de julho de 1988, na então Berlim Oriental, motivou um novo livro, um documentário, entrevistas e uma ampla cobertura da mídia para relembrar esta que foi, ao que tudo indica, uma noite mágica.

A espetacular apresentação de "The Boss" - apelido de Springsteen -, com uma mensagem sobre o "fim de todas as barreiras", alimenta a teoria de que Springsteen, que era na época a maior estrela de rock do mundo, abriu um pequeno buraco no Muro de Berlim.

"Crer que o show épico de Springsteen contribuiu para o movimento que provocou a queda do Muro depende, em certa medida, da crença ou descrença no poder do rock and roll", escreveu o jornalista americano radicado em Berlim Erik Kirschbaum, em seu livro "Rocking the Wall: The Berlin Concert That Changed the World" ("Sacudindo o Muro: o show de Berlim que mudou o mundo").

Um novo documentário feito para a televisão pública alemã MDR, "My Summer '88" ("Meu verão de 88"), descreve uma espécie de corrida armamentista na música pop da época, em que o Oriente e o Ocidente se enfrentavam, enquanto a Glasnost - a abertura do sistema político russo - trazia ventos de mudança.

Para tentar acalmar uma geração insatisfeita, os comunistas convocaram Springsteen, Depeche Mode, Joe Cocker e James Brown, ao perceberem que os artistas locais não eram capazes de competir com as estrelas mundiais.

Mas, para que The Boss, o filho favorito de Nova Jersey e herói da classe operária, fosse aceito pela velha guarda comunista, os organizadores chamaram sua apresentação de "Show Solidário pela Nicarágua". Embora o nome quase tenha feito Springsteen cancelar o show, os ingressos tinham o lema impresso.

Os milhares de fãs que não tiveram a sorte de conseguir entradas se reuniram horas antes do espetáculo e atacaram as cercas de segurança, numa atitude de desafio sem precedentes.

-- "Com a esperança de que um dia todas as barreiras sejam derrubadas" --

Springsteen começou o show com vários de seus sucessos, antes de eletrizar a multidão com o clássico "Born in the USA". Para sua surpresa, o público cantava com ele enquanto agitava bandeiras dos Estados Unidos.

Depois de uma hora de show, Springsteen surpreendeu a todos falando em alemão: "É genial estar em Berlim Oriental", disse, em uma transcrição fonética de uma tradução que seu motorista tinha dado a ele.

"Não sou a favor ou contra nenhum governo. Vim aqui para tocar rock'n'roll para vocês, com a esperança de que um dia todas as barreiras sejam derrubadas", disse, antes de cantar o sucesso de Bob Dylan "Chimes of Freedom".

Apesar do forte sotaque americano, a multidão conseguiu entender as palavras de Springsteen. "Todo mundo sabia exatamente do que ele estava falando: derrubar o Muro. Foi algo que alguns de nós esperamos a vida toda para ouvir", contou Joerg Beneke, um fazendeiro da Alemanha Oriental que estava lá naquela noite, ao escritor Kirschbaum.

Menos de 16 meses depois, o Muro de Berlim, construído em 1961, ruiu depois de uma revolução sem derramamento de sangue.

Springsteen disse recentemente em Leipzig, na antiga Alemanha Oriental, que a multidão de Berlim Oriental em 1988 foi a maior já vista por ele em um show.

Os diretores do documentário "My Summer '88", Carsten Fiebeler e Daniel Remsperger, encontraram Heike Bernhard, a mulher que subiu no palco na noite do show para dançar "Dancing in the Dark" com Springsteen.

Bernhard, que trabalha como consultora de gestão, disse que nunca mais lavou a camiseta que usou naquela noite.


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