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Estado de Minas

Centenas de milhares protestam Brasil afora


postado em 20/06/2013 20:19

Centenas de milhares de brasileiros saíram às ruas de cerca de cem cidades do país para exigir serviços públicos de qualidade e denunciar os gastos com a Copa do Mundo, apesar da redução das tarifas de transporte público em várias cidades.

Em Salvador, a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra manifestantes concentrados a 2 km do estádio onde Nigéria e Uruguai se enfrentam pela Copa das Confederações. Algumas pessoas jogaram pedras para tentar furar a barreira policial e se aproximar mais da Fonte Nova, segundo jornalistas da AFP no local.

Pelo menos um manifestante ficou ferido atingido por um disparo de bala de borracha nos confrontos, que também deixaram um policial ferido.

Milhares de pessoas gritavam "O gigante acordou!" e entoavam lemas contra a presidente Dilma Rousseff, contra a homofobia e o racismo.

No Rio de Janeiro, uma enorme multidão tomou conta de toda a extensão da Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade.

"O Especialista Moacyr Duarte, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estimou 300.000 pessoas na manifestação", segundo um tuite da Polícia do Rio. Consultada pela AFP, a corporação indicou que ainda não tem um registro próprio da quantidade de manifestantes.

Confrontos foram registrados entre manifestantes e policiais, alguns a cavalo, nas imediações do prédio da Prefeitura. Um jornalista da Globonews foi ferido na cabeça por uma bala de borracha.

Um veículo do SBT foi incendiado por manifestantes e segundo a secretaria municipal da Saúde, 14 pessoas ficaram feridas nos confrontos em torno da sede da prefeitura, na Cidade Nova.

No Recife, outra sede da Copa Confederações, mais de 50.000 pessoas tomaram as ruas, segundo a Polícia. À medida que a multidão avança pacificamente pelo centro da cidade, as pessoas jogavam papel branco picado do alto dos edifícios.

Nada permite prever o fim deste movimento apolítico, sem uma liderança claramente identificada.

Nesta quinta, alguns sindicatos, organizações da sociedade civil e partidos políticos - incluindo o PT - declararam sua intenção de participar das passeatas, mas muitos de seus membros foram repelidos por outros manifestantes.

Na Avenida Paulista, houve brigas entre manifestantes quando um grupo denominado "Os Nacionalistas" tomou bandeiras do PT e do PSTU das mãos de militantes, queimando-as em seguida.

Membros da UNE, do PSOL e de outras organizações também foram hostilizados na capital paulista.

-- Indignação geral --

Os protestos, que deixaram a classe política brasileira perplexa, começaram exigindo a revogação do aumento do preço das passagens de ônibus, metrô e trem, mas rapidamente outras reivindicações e denúncias foram feitas, como os 15 bilhões de dólares dos contribuintes destinados à Copa das Confederações e ao Mundial de 2014.

Os manifestantes, em sua maioria jovens de classe média, expressam sua indignação pelo aumento do custo de vida e pela má qualidade dos serviços públicos, no momento em que o país registra um crescimento econômico decepcionante e uma inflação em alta.

Também denunciam a corrupção arraigada na política brasileira e exigem maiores investimentos em educação, saúde e segurança.

Estes são os maiores protestos na história do Brasil.

Nem a desistência de mais de dez prefeituras e governos estaduais em aumentar os preços das passagens de metrô, trem e ônibus serviu para reduzir o entusiasmo dos manifestantes.

As cidades de Belo Horizonte e Campo Grande comunicaram planos para baixar o preço do transporte público, seguindo os passos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Cuiabá, Recife e João Pessoa.

O lema dos protestos passou a ser "Não é só por vinte centavos", em referência ao aumento do preço da passagem de ônibus anulado, e fóruns relacionados aos movimentos nas redes sociais tinham até um milhão de seguidores.

Em Washington, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou nesta quinta-feira sua preocupação com a violência das forças de ordem contra manifestantes e jornalistas.

"A Comissão pede às autoridades que investiguem o possível uso excessivo da força, e se for o caso, que julguem e punam os responsáveis", destaca um comunicado.

O Estado brasileiro "deve garantir e proteger a integridade física e a segurança de manifestantes e jornalistas".


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