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Estado de Minas

Da 'guerra ao terrorismo' ao rastreamento de ligações telefônicas


postado em 06/06/2013 21:28

A "guerra contra o terrorismo" levou os Estados Unidos a lançarem uma operação de monitoramento em larga escala das comunicações telefônicas de milhões de cidadãos no país, com o objetivo de se antecipar a possíveis ataques orquestrados pela rede Al-Qaeda.

O medo de sofrer atentados em seu território depois dos ataques do 11 de Setembro de 2001, junto com o poder da tecnologia digital, abriu espaço para a criação e manutenção desse programa de espionagem sem precedentes e para o grampo e rastreamento de ligações.

A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), um amplo órgão criado durante a Guerra Fria e especializado em escutas telefônicas, análises criptográficas e guerra cibernética, é responsável pela operação.

De acordo com revelação feita pelo jornal britânico "The Guardian" nesta quinta-feira, os dados coletados pelo programa incluem os números de telefones (de quem ligou e de quem atendeu a ligação), a localização, a hora, a identificação e a duração da chamada.

Com seu sofisticado software e seus matemáticos, a NSA usa algoritmos para encontrar as rotas nos milhões de metadados para conseguir rastrear novas rotas, contatos, ou conspirações para futuros ataques.

As autoridades americanas defendem essa megaoperação como um método vital que permite revelar planos e garantem que não há invasão do conteúdo das conversas dos cidadãos.

"A informação que realmente procuram está do outro lado das chamadas", afirmou Saxby Chambliss, ex-congressista republicano que fez parte do Comitê de Inteligência do Senado.

Grupos de defesa dos direitos humanos denunciam, porém, que o programa invade totalmente a privacidade dos cidadãos e ameaçam levar o caso à Justiça.

Embora analistas de inteligência tenham comparado o rastreamento de dados com a coleta de informação que aparece em envelopes, por exemplo, os críticos dessa operação consideram que o sistema criado pela NSA permite construir o perfil de um indivíduo altamente preciso.

Em um estudo recente, pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e da Universidade Católica de Louvain (Bélgica) mostraram que era possível identificar cidadãos facilmente com alguns poucos detalhes de uma longa lista de informação telefônica.

Depois de examinar por 15 meses 1,5 milhão de usuários de telefones celulares, os pesquisadores foram capazes de identificar 95% deles, baseando-se apenas em quatro variáveis da chamada.

Em outras palavras, pode-se identificar pessoas, inclusive seus hábitos, juntando informação supostamente anônima, garantem os especialistas.

Em colaboração com outras agências governamentais, a NSA também rastreou nos EUA transferências bancárias, compras com cartões de crédito e buscas na Internet.

Por lei, a NSA é proibida de espionar no país, mas a luta contra a Al-Qaeda levou a agência a operar dentro do território.

Ativistas reclamam que o governo deve controlar sua agência e suas atividades e acusam o presidente Barack Obama de fracassar em sua promessa de proteger os direitos constitucionais.

"É hora de começar o debate nacional sobre os nossos direitos na era digital. É hora de por fim ao programa de monitoramento inconstitucional da NSA", declarou a Fundação Fronteira Eletrônica, que tem uma ação movida contra o governo tramitando na Justiça.

Polêmica à parte, ainda não está claro se o programa permitiu à NSA desativar ataques organizados pela Al-Qaeda, como apontam as autoridades.


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