Reino Unido contra o conservadorismo

Londres – Com uma sociedade política mais progressista que a francesa, o Reino Unido também iniciou as discussões sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sob a tutela do primeiro-ministro David Cameron, do Partido Conservador, a Câmara dos Comuns aprovou o projeto de legalização do matrimônio homossexual, com 366 votos a favor e 161 contra, no último dia 21. Agora, o projeto segue para a Câmara dos Lordes e deve começar a ser avaliado na próxima semana. Se passar pelas duas Casas, ele se tornará lei na Inglaterra e no País de Gales. Os britânicos já permitem a adoção de crianças por qualquer casal, hétero ou homossexual, desde 2005. A união civil de pessoas do mesmo sexo também é uma realidade.

Os conservadores contrários à lei prometem pressionar os debates na Câmara dos Lordes. O grupo enfrenta o peso dos parlamentares de esquerda e de centro-esquerda que, em sua maioria, devem apoiar o projeto. A ala mais de direita aproveita os desacordos dentro do partido sobre a permanência do país na União Europeia para tentar conquistar mais votos contrários.

Membros do governo que defendem a proposta se esforçam para diminuir a influência da Igreja Anglicana na discussão e asseguraram que nenhuma religião será forçada a conduzir cerimônias de matrimônio homossexual. As autoridades garantem que não será aceito nenhum tipo de discriminação contra religiões que não tolerarem o casamento gay.

Cameron já anunciou que espera a primeira celebração de uma união gay para junho de 2014. Apoiando o primeiro-ministro, a ministra das Mulheres e da Igualdade, Maria Miller, disse, na última semana, que a sociedade está pronta para aceitar a mudança. "Nós estamos no lado certo da história. É hora de celebrar, e não de discriminar", defendeu.