O secretário americano de Estado, John Kerry, se reuniu brevemente nesta quarta-feira em Moscou com representantes da sociedade civil russa, num momento em que diversas ONGs denunciam ataques às liberdades por parte do governo do presidente Vladimir Putin.
Em sua primeira visita à Rússia como chefe da diplomacia americana, Kerry se esforçou para não incomodar Moscou, em um contexto de forte degradação das relações bilaterais desde o retorno de Putin ao Kremlin, há um ano, e no qual ambos os países buscam se entender para encontrar uma solução ao conflito na Síria.
Depois de se reunir na terça-feira por várias horas com o presidente russo e com o ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov, o secretário de Estado americano se encontrou brevemente na manhã desta quarta-feira com várias personalidades da sociedade civil na residência do embaixador dos Estados Unidos na Rússia, Michael McFaul.
Entre eles se encontravam a ex-dissidente soviética Liudmila Alexeeva, do Grupo Helinski de Moscou; Alexandre Tcherkassov, da Memorial, principal organização de defesa dos direitos humanos no país, e Ivan Blokov, um funcionário do Greenpeace na Rússia.
Kerry transmitiu a eles sua admiração pelos esforços das ONGs, que sofrem desde o mês de março uma campanha de inspeções sem precedentes por parte das autoridades russas, que provocou fortes reações no exterior.
Estes controles ocorrem após a adoção de uma lei que obriga as ONGs que se beneficiam de financiamento estrangeiro e que tiveram uma atividade política a se inscreverem em um registro de "agentes do exterior" e a se apresentarem como tais em qualquer atividade pública.
O termo "agente do exterior" tem uma conotação muito negativa na Rússia. No período soviético a expressão era utilizada para classificar os dissidentes.