O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou a expulsão do país da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês), que operava ali desde 1964. De acordo com Morales, a agência do governo americano conspira contra o seu governo. A alegação é de “tentativa de minar seu governo de esquerda”.
“Não faltam algumas instituições da Embaixada dos EUA 1/8para3/8 continuar conspirando neste processo contra as pessoas e, especialmente, o governo nacional. Por isso, aproveitando, em 1º de Maio, quero informar-lhes que decido expulsar a Usaid da Bolívia. A Usaid vai embora da Bolívia", disse Morales durante a comemoração do Dia do Trabalho, na Praça de Armas, onde fica a sede do governo, em la Paz.
Protestos Há pouco tempo, Morales acusou a Usaid de financiar grupos que se opunham às políticas do governo, especificamente a Confederação de Povos Indígenas do Oriente da Bolívia (Cidob) que organizou protestos contra a construção da estrada em meio ao Parque Nacional Isiboro Sécure, maior reserva florestal boliviana. Em 2008, Morales expulsou o embaixador e agentes da Força Administrativa de Narcóticos (DEA, na sigla em inglês) por, supostamente, incitar a oposição.
O presidente boliviano condenou a recente declaração do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, de que a América Latina era quintal dos norte-americanos. Morales disse que a expulsão era "como um protesto frente a essa mensagem". "Foi uma aberta provocação contra, primeiro, os países da Alba e, segundo, contra os países com dignidade e com muito orgulho de terem se libertado", afirmou. No discurso, o boliviano promulgou diversas leis a favor dos trabalhadores e citou no discurso o sétimo aniversário da nacionalização dos combustíveis bolivianos, que afetou em 2006 várias multinacionais petroleiras.
A agência opera na Bolívia desde 1964 e tem como objetivo a promoção da democracia, mas vários governos acusam a Usaid de patrocinar grupos de oposição e promover a desestabilização das instituições. Recentemente, documentos revelados pelo site Wikileaks mostraram que a agência serviu para praticar ações contra o governo da Venezuela em 2004, quando Hugo Chávez era presidente.
CUBA
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, afirmou que os EUA devem fechar a base militar instalada em Guantánamo e devolver o território ao país. Ele acusou os americanos de usurpar o território. De acordo com o diplomata, na base há um "centro de torturas e mortes em custódia, onde estão 166 detentos há dez anos, sem garantias, julgamento ou defesa", acrescentando que o limbo jurídico dos detentos sustenta a permanente e atroz violação dos direitos humanos. Atualmente, mais de 100 dos 166 persos em Guntánamo fazem greve de fome e, anteontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, renovou o apelo para o fechamento da prisão, uma promessa de campanha
não cumprida.
VENEZUELA
As comemorações do Dia do Trabalhador na Venezuela refletiram a profunda polarização política em que se encontra o país. Partidários do governo e opositores do chavismo realizaram grandes comícios nas ruas de Caracas. O presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, e o líder da oposição, Henrique Capriles, que foi derrotado nas urnas, orientaram seus simpatizantes a participarem de marchas. "Vamos esgotar todas as instâncias internas porque não nos resta dúvida alguma de que este caso vá parar na comunidade internacional”, declarou.