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Estado de Minas

Triste Páscoa para os católicos da Síria


postado em 31/03/2013 13:55

Os católicos da Síria celebraram a Páscoa com tristeza neste domingo, alguns em zonas completamente devastadas pela violência como em Al-Ghassaniyé no norte do país, constatou uma jornalista da AFP.

Esta pequena cidade cristã situada na fronteira entre a província de Idleb e a litorânea Lattakia tinha antes da guerra 10.000 habitantes -- com apenas cerca de dez famílias muçulmanas. Ela se tornou uma localidade fantasma onde restam somente 15 pessoas.

"Não conseguimos celebrar nem a Paixão, nem a Crucificação, não ousamos deixar nossas casas", explicou Giorgio, de 88 anos, um dos últimos moradores que ainda vivem na cidade devastada pelos bombardeios.

Vestido com calça azul e camisa bege, usando o tradicional lenço branco preso por um laço negro, ele foi à igreja neste domingo para celebrar a Páscoa junto com alguns outros moradores, além de quatro freiras e dois padres.

"Somos um povo de paz, não de guerra. Queremos a paz para o mundo inteiro", afirmou à AFP. Seus seis filhos fugiram quando suas casas foram destruídas pelos bombardeios.

Na entrada de Al-Ghassaniyé, uma grande estátua de São Jorge matando o dragão foi bastante danificada por um foguete e um altar dedicado à Virgem Maria na parte de cima de uma casa foi atingido por tiros.

Uma das três igrejas da localidade, pertencentes à comunidade evangélica, foi atingida por um foguete. Muitas casas foram reduzidas a escombros pelos ataques aéreos. Os homens que ficaram vigiam as residências poupadas.

Na capital Damasco, onde bombardeios e combates sacodem os bairros da periferia, o clima também era de desolação.

"Este ano, não celebramos a festa em família", afirmou à AFP Naji, de 32 anos, que perdeu seu irmão há três meses em meio à violência.

"Tenho vergonha de falar de 'festa', enquanto meu país sangra", disse Fadia, uma cristã de 53 anos.

"A tristeza une as famílias neste dia... Muitos amigos e parentes deixaram o país", lamentou essa tradutora que vive em Al-Koussour, um bairro do norte do centro da cidade.

"Enquanto no passado as igrejas estão lotadas de cristãos, hoje aqui está desesperadamente calmo. As pessoas estão com medo de deixar suas casas", acrescentou.

A rede de televisão oficial síria exibiu imagens das missas em Damasco, algumas com poucos fiéis.

Com 1,8 milhão de fiéis, 5% da população, a comunidade cristã síria se mantém afastada da revolta popular que se transformou em um conflito armado que deixou 70.000 mortos desde março de 2011.

O papa Francisco pediu neste domingo, durante sua primeira mensagem pascal urbi et orbi, a "paz" e "uma "solução política" na "Síria bem-amada".

"Quanto sangue foi derramado! E quanto sofrimento deve ainda ser infligido antes que consigamos encontrar uma solução política para a crise?", perguntou o Papa diante de centenas de milhares de fiéis que lotavam a Praça de São Pedro.


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