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Estado de Minas

Investigação sobre a morte misteriosa do magnata russo continua


postado em 24/03/2013 11:40 / atualizado em 24/03/2013 11:42

O mistério sobre a morte de Boris Berezovski, o magnata russo opositor de longa data de Vladimir Putin, continuava neste domingo, no dia seguinte à descoberta de seu corpo em sua residência no sudoeste de Londres.

 Os investigadores descartaram a presença de substâncias radioativas, enquanto parentes e amigos evocaram ou negaram a possibilidade de suicídio.

 Durante toda a noite um cordão de isolamento da polícia impedia qualquer aproximação desta residência em Ascot, uma cidade a 60 km de Londres, onde os investigadores especializados em substâncias NRBC (nuclear, radiológica, biológica e química) realizaram detalhadas buscas.

 Na manhã deste domingo, a polícia anunciou que seus especialistas "não encontraram nada suspeito na residência".

 Os investigadores devem prosseguir normalmente com as análises para descobrir as circunstâncias da morte de Boris Berezovski, até o momento considerada como "inexplicada", acrescentou a polícia.

 O bilionário russo, conhecido no Brasil por seu envolvimento na parceria entre MSI e Corinthians, foi encontrado morto em Londres aos 67 anos.

Berezovsky chegou a ser convocado pela justiça brasileira para prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento na parceria entre Corinthians e MSI iniciada em 2004 e que rendeu o título brasileiro do ano seguinte.

 A associação, encerrada em 2007, provocou uma série de investigações no Brasil sobre lavagem de dinheiro envolvendo Berezovsky.

 O magnata, um dos maiores adversários de Vladimir Putin, fazia parte de um grupo de exilados que milita contra o presidente russo, ao qual também fez parte Alexandre Litvinenko.

 Litvinenko foi envenenado em novembro de 2006 por polônio, uma substância radioativa. Pouco antes de sua morte, ele havia tomado chá com o empresário Dmitri Kovtoun e Andreï Lougovoï, um agente secreto russo considerado o principal suspeito por Londres.

 Segundo a imprensa britânica, Boris Berezovski foi alvo de ao menos duas tentativas de assassinato, em uma delas seu motorista acabou decapitado.

 A tese de suicídio não foi descartada, e tem sido citada pela imprensa e várias fontes que indicaram que o magnata estava depressivo.

 "Berezovski vivia sob grande estresse, acredito que ele apresentava sintomas de depressão", declarou à televisão Dojd Alexandre Goldfarb, diretor em Nova York da Fundação Internacional para os Libertados Civis (IFLC), criada em 2000 pelo magnata para financiar ONGs na Rússia.

 Mas um amigo de Berezovski, o empresário Demian Kudriavtsev, desmentiu esta tese. "Ninguém sabe o aconteceu. Não há sinais de suicídio, nenhum traço de injeção ou absorção de medicamentos", declarou à agência RIA Novosti.

 Segundo o site da revista Forbes, o magnata revelou em uma entrevista na sexta-feira que sua vida não tinha mais sentido e que não sabia mais o que fazer.

 "Minha vida não tem mais sentido. Não tenho mais vontade de fazer política. Não sei mais o que fazer. Não sei o que farei a partir de agora", confessou Berezovski em entrevista ao jornalista da Forbes Ilia Jegoulev.

 Berezovski era alvo de inúmeras investigações na Rússia e a última data de maio do ano passado, após o magnata oferecer uma recompensa para quem "detivesse o perigoso criminoso Putin".

 No verão passado, ele iniciou um processo contra o bilionário Roman Abramovitch, proprietário do clube britânico de futebol Chelsea.

 Berezovski acusava seu ex-associado e amigo Abramovitch de o ter obrigado por meio de "ameaças" e "intimidações" a vender em 2001 sua parte no grupo petrolífero Sibneft por 1,3 bilhão de dólares, um preço, segundo ele, muito abaixo do valor real da companhia. Ele gastou 35 milhões de libras (41 milhões de euros) processando Abramovitch.

 "Este julgamento acabou com seu moral. Destruiu sua autoestima", declarou um de seus advogados, Tim Bell.

 Segundo o jornal The Observer, as dificuldades financeiras do magnata foram agravadas recentemente, quando sua ex-amante, Elena Gorburova, 43 anos, de quem tinha se separado recentemente, reivindicou 5 milhões de libras da venda no ano passado de sua residência no Surrey, por um montante de 25 milhões de libras.

 "Ele falava sobre suicídio, que estava tudo acabado, que nada mais fazia sentido", declarou um amigo citado anonimamente pelo The Observer.

 "Apesar de tudo, não acredito que ele teria a coragem de terminar seus dias. Ele amava a vida", disse o amigo.

 Quanto à carta que Berezovski teria supostamente escrito a Vladimir Putin, reconhecendo seus erros e pedindo para voltar à Rússia, Alexandre Goldfarb expressou suas dúvidas.

Logo após o anúncio de sua morte, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou a existência desta carta.


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