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Estado de Minas

Terceira semana de intervenção francesa no Mali


postado em 25/01/2013 11:25

Os islamitas dinamitaram nesta sexta-feira uma ponte estratégica que conduz a Gao, uma das principais cidades do norte do Mali, no início da terceira semana da intervenção francesa para expulsar os grupos armados deste país do noroeste da África.

A explosão da ponte de Tasiga, segundo várias fontes, afeta uma das duas vias que poderiam ser tomadas por soldados chadianos e nigerinos da força africana, que já começa a se mobilizar no Mali. Gao, ocupada pelos islamitas desde abril de 2012, está localizada a 150 km do Níger.

Na madrugada desta sexta-feira, as tropas francesas avançaram com o exército do Mali em direção a Gao para preparar a chegada das tropas africanas de reforço. Ao meio-dia desta sexta-feira, retomaram o controle da localidade de Hombori, na estrada que leva a Gao, segundo várias fontes.

Foi nesta região que os combatentes islamitas dinamitaram horas antes a estratégica ponte. "Os islamitas dinamitaram a ponte de Tasiga. Ninguém pode passar por ela para ir ao Níger ou para vir a Gao", declarou Abdu Maiga, um proprietário de caminhões de transporte e cujo testemunho foi confirmado por uma fonte de segurança do Níger.

"Desde esta manhã (de sexta-feira), nenhum veículo saiu da fronteira em direção a Gao, já que os islamitas destruíram a ponte de Tasiga", disse esta fonte.

Tasiga é uma localidade malinense localizada a 60 km da fronteira com o Níger. Cerca de 2.000 soldados do chadianos e 500 nigerinos estão mobilizados no Níger à espera da abertura de uma nova via em direção a Gao para ajudar na luta contra os islamitas. Eles se somarão, assim, aos 2.400 soldados franceses já presentes no Mali.

Neste contexto, os chefes de Estado-Maior do Oeste da África se reunirão de urgência no sábado em Abidjan para falar sobre as operações em curso, anunciou a Comunidade Econômica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), presidida pela Costa do Marfim.

Espera-se que a força africana no Mali, com mandato da ONU, termine com cerca de 6.000 soldados.

Gao e seus arredores foram alvos de ataques aéreos do exército francês desde o início de uma intervenção no Mali, no dia 11 de janeiro, para neutralizar os islamitas armados vinculados à Al-Qaeda e impedir sua progressão em direção ao sul, onde está a capital, Bamako.

"Desnutrição aguda" em Gao

A chegada de tropas africanas às cidades do norte do Mali, como Gao e Timbuctu, é cada vez mais esperada, já que a situação humanitária fica mais crítica a cada dia.

"Há casos de desnutrição aguda" que afetam mais de 15% das crianças com menos de 15 anos - cerca de 20.000 - na região de Gao, que já costuma ser uma região com déficit de recursos agrícolas, disse em Bamaco Lucile Grosjean, da Ação contra a Fome (ACF).

"A maioria das empresas afundou, os fornecimentos estão cortados há 15 dias e os comerciantes abandonaram a cidade com todas as suas reservas", acrescentou.

Segundo Grosjean, a cidade continua sob controle dos islamitas do MUYAO (Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental), um dos três grupos, junto à Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e Ansar Dine (Defensores do Islã) que controlam desde o ano passado o norte do Mali.

Cerca de 900 km a nordeste de Bamaco, Timbuctu continua sem água nem eletricidade há quatro dias, quando os islamitas deixaram a cidade, informaram os habitantes deste centro emblemático da cultura muçulmana na África, também bombardeada nos últimos dias pela aviação francesa.

"Não há água. A população fugiu. Os islamitas também. É uma cidade fantasma", afirmou Moctar Uld Kery, um conselheiro municipal da região de Timbuctu.

A esta crítica situação humanitária se somam as acusações de testemunhas e de organizações de direitos humanos contra o exército malinense, que teria realizado execuções sumárias e graves abusos contra árabes e tuaregues.


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