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Estado de Minas

Merkel inaugura memorial para os ciganos vítimas do Holocausto


postado em 24/10/2012 11:02

A chanceler alemã, Angela Merkel, inaugura nesta quarta-feira um memorial em homenagem aos cerca de meio milhão de ciganos assassinados pelos nazistas, na presença de sobreviventes da campanha genocida. O monumento, que sofreu muitos atrasos para ficar pronto, consiste em uma piscina redonda com um monólito no qual repousará a cada dia uma flor recém-colhida e se localiza em frente ao Reichstag, o edifício do Parlamento, no centro de Berlim. Uma linha do tempo sobre o extermínio nazista fica ao lado do memorial, que foi construído com um subsídio do governo federal de 2,8 milhões de euros (3,6 milhões de dólares). "Auschwitz", do poeta italiano Santino Spinelli, está gravado na borda da piscina em inglês e alemão, contando o sofrimento e a dor causados aos Sinti e Roma, dois grupos ciganos muito presentes na Alemanha. O monumento foi projetado pelo artista israelense Dani Karavan, de 81 anos, e está localizado próximo a outros dois memoriais para as vítimas da barbárie nazista, um campo repleto de pilares para os seis milhões de judeus assassinados e um monumento menor para os homossexuais vítimas de Hitler.

Merkel ressaltou a importância crucial de fornecer um local para educar, lamentar as vítimas e alertar as próximas gerações para os crimes cometidos no passado. "É por isso que precisamos ter locais apropriados onde isso seja possível - onde as pessoas também possam ir no futuro, quando os sobreviventes não estiverem mais vivos", afirmou a chanceler em seu vídeo semanal on-line. Ela terá a companhia na inauguração do presidente Joachim Gauck e de cerca de 100 sobreviventes idosos, bem como do líder do Conselho Central dos Sinti e Roma na Alemanha, Romani Rose, que lidera uma comunidade de cerca de 70.000 pessoas. Os nazistas consideravam os Roma e Sinti racialmente inferiores, como os judeus, e realizaram uma campanha sistemática de opressão contra eles. Em 1938, Heinrich Himmler ordenou a "solução final da questão cigana". Aqueles capturados na varredura foram confinados a guetos, deportados para campos de concentração e mortos. Muitos foram utilizados em experimentos médicos grotescos. Historiadores estimam que cerca de 500.000 homens, mulheres e crianças ciganos de toda a Europa foram mortos entre 1933 e 1945, dizimando uma população com raízes na Alemanha que datam de seis séculos. Rose, que nasceu em 1946, um ano após o fim da guerra, contestou ferozmente a referência utilizada no memorial aos "ciganos", um termo comumente usado no passado, mas agora visto como depreciativo. Ele lamentou que o governo da Alemanha Ocidental tenha esperado até 1982 para reconhecer o genocídio, mas disse à AFP estar confiante de que o monumento irá contribuir para um declínio gradual do ódio e do preconceito ainda enfrentado pelos ciganos atualmente. "A inauguração do memorial envia uma mensagem importante para a sociedade de que o sentimento anticigano é tão inaceitável quanto o antissemitismo", afirmou, acrescentando que o genocídio contra o seu povo foi visto muitas vezes como uma "nota de rodapé à Shoah". Na verdade, disse, "foi conduzido com a mesma preocupação com a organização e a burocracia que o crime contra os seis milhões de judeus". A decisão do governo de construir o monumento data de 1992, mas a sua abertura foi adiada por discussões sobre seu design, custo e inscrição. Cerca de 11 milhões de ciganos vivem na Europa, sete milhões dos quais na União Europeia, assumindo o posto da maior minoria étnica do continente. Mas eles sofrem com uma pobreza desproporcional e com enorme discriminação. A queda da Cortina de Ferro em 1989 e a expansão do Leste Europeu provocaram a migração de alguns dos ciganos para o oeste, mais rico, e países como França e Itália implementaram medidas de segurança, que incluem a destruição de acampamentos considerados ilegais. Recentemente, Berlim manifestou seu desejo de deter essas migrações, desejando que fosse retirada a isenção de visto para os cidadãos sérvios e macedônios, muitos dos quais são ciganos.


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