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Estado de Minas

Obama: "Confiança decidirá a eleição"

América Latina não é prioridade para nenhum dos candidatos. Ambos trocaram farpas ao retomar as campanhas na reta final


postado em 24/10/2012 07:23

A exatos 15 dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, Barack Obama e Mitt Romney deram ontem a largada para a última e decisiva investida pelos swing states – um grupo de oito a 10 estados que vão definir a disputa – reforçados pelos argumentos finais do terceiro e derradeiro debate. No embate de segunda-feira à noite, na Flórida, o presidente, agressivo, saiu vencedor nas pesquisas, depois de ter passado os 90 minutos do programa procurando retratar o adversário republicano como um homem “não confiável” – algo que continuou a fazer, ontem, na própria Flórida, antes de seguir para Ohio, outro estado-chave. Com seu candidato em Nevada, o Partido Republicano investiu em novas propagandas de TV trabalhando a ideia de que o país "não pode mais pagar por mais quatro anos de Obama". Pesquisas divulgadas logo após o debate mostraram Obama como o vencedor, mas com margens diferentes. Na sondagem da CBS News, o presidente liderou a preferência dos eleitores, com 53%, e Romney apareceu com 23%. Já a consulta da CNN mostrou Obama com 48% e Romney com 40%.

Saturar de anúncios e repetir as visitas aos swing states é o cerne da estratégia de ambas as campanhas. Somente ontem, Romney e seu candidato a vice, Paul Ryan, visitaram Nevada e Colorado. Hoje, eles estarão em Iowa, onde deixarão por pouco de “encontrar” o presidente: Obama fará ali uma escala, a caminho de Ohio, de onde seguirá para Nevada e de volta para a Flórida, onde vai encerrar uma turnê por seis estados no intervalo de 48 horas. Além dos quilômetros percorridos, muitos dólares devem ser gastos até 6 de novembro. A equipe democrata acaba de lançar um livreto de 20 páginas expondo as propostas do presidente para os próximos quatros anos, com tiragem de 3,5 milhões de cópias a serem distribuídas nos “campos de batalha”.

Passados os duelos na TV, as campanhas concentram os últimos dias nos indecisos, uma fatia cada vez mais estreita, enquanto reforçam o apelo às próprias bases para que compareçam em massa às urnas. A somatória desses dois esforços determinará o vencedor nesse número limitado de estados onde a eleição será definida. Foi com esse alvo que os candidatos trataram no debate alguns temas de política externa, em alguns momentos inclusive entrando sem reservas na discussão sobre a economia, que será crucial em regiões industriais como a de Ohio, duramente castigado pelo desemprego.

Segundo o cientista político Robert Watson, da Universidade Lynn, anfitriã do último debate, candidatos e assessores continuarão a visitar esses estados com mensagens fortes e de ataque, mas um pouco menos desrespeitosas. “Será uma louca corrida até o fim, e os candidatos percorrerão muitos quilômetros pelo ar”, afirmou à reportagem. Watson destacou ainda que as campanhas darão grande foco, agora, no apelo às próprias bases.

Duelo Na queda de braço na noite de segunda-feira, o presidente tentou definir Romney como um candidato “não confiável”, volátil e confuso. Em vários momentos, questionou afirmações do republicano que contradiziam outras, feitas no passado. Perguntado pelo mediador sobre qual seria a maior ameaça aos EUA hoje, Romney respondeu: "Al-Qaeda". O presidente devolveu com ironia. "Fico feliz que o senhor reconheça a Al-Qaeda como a grande ameaça, porque há alguns meses o senhor disse que era a Rússia", afirmou. Nesse tom, o presidente seguiu boa parte do debate. “Obama comportou-se da maneira que se deve quando se debate com Romney”, afirmou à reportagem o especialista em oratória Robert Lehrman, da American University (Washington), redator dos discursos do vice-presidente Al Gore (1993-2001). “A grande fraqueza de Romney é que, após ir tanto à direita para conseguir sua indicação, agora está finalmente decidido a parecer mais moderado. Isso o torna muito vulnerável.”


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