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Estado de Minas

Peugeot Citroën corta 8.000 empregos na França e revolta sindicato


postado em 12/07/2012 11:09

O fabricante francês de automóveis PSA Peugeot Citroën anunciou nesta quinta-feira a supressão de 8.000 empregos na Francia devido à fragilidade do mercado europeu, provocando uma forte reação sindical menos de dois meses depois da chegada ao poder do presidente socialista, François Hollande.

"O governo francês já esperava este anúncio, mas ele não deixa de ser um choque para o país", declarou o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, em um momento de fortes rumores sobre outros planos de demissões coletivas na indústria francesa.

A PSA Peugeot Citroën, maior grupo automobilístico francês (100.000 trabalhadores na França) alega perdas no primeiro semestre do ano e uma redução duradoura dos mercados europeus para justificar essas decisões, que se agregam a outras medidas anunciadas ao final de 2011.

"Estou plenamente consciente da gravidade dos anúncios que estamos fazendo e da emoção que provocam na empresa e em seu entorno", explicou o presidente-executivo da PSA, Philippe Varin. "Contudo, a envergadura e o caráter duradouro da crise que atinge nossa atividade na Europa tornam indispensável este projeto de reorganização, que nos permite adaptar nossa capacidade de produção à evolução previsível dos mercados", completou.

As fábricas de Aulnay e de Rennes (oeste) serão as mais afetadas pela medida, com 3.000 e 1.400 postos perdidos, respectivamente. No caso de Aulnay, essas demissões implicam no fechamento da fábrica. As demais 3.600 demissões serão distribuídas em outras plantas. A montadora informou que se propõe a deslocar a produção da região da capital para a fábrica de Poissy (Yvelines), para onde irá, por exemplo, toda a produção do modelo Citroen C3, atualmente também fabricado em Aulnay.

Muito afetado pela queda do mercado de automóveis na Europa, o grupo também reduzirá seus efetivos fora das cadeias de produção.

O anúncio era antecipado com apreensão pelo governo socialista do presidente François Hollande, que enfrenta desde o início de seu mandato, em maio, uma onda de reestruturações e demissões devido à crise.

O fim da produção em Aulnay é o primeiro em uma fábrica de automóveis na França desde o anúncio da Renault em Boulogne-Billancourt (periferia de Paris), em 1992, e significa o fim da indústria automobilística na capital francesa, que teve seu auge no início do século XX.

O governo socialista acusa o ex-presidente de direita, Nicolas Sarkozy, vencido por François Hollande na eleição presidencial de 6 de maio, de ter pedido às empresas que atrasassem seus planos de demissões durante a campanha eleitoral.

"Sarkozy atrasou problemas ao invés de buscar soluções", afirmou o ministro do Trabalho, Michel Sapin.

O primeiro-ministro pediu ao PSA que empreenda um acordo leal com os sindicatos para estudar "todas as alternativas".

Um plano de ajuda ao setor automobilístico deve ser anunciado em 25 de julho por Arnaud Montebourg, ministro da Recuperação Produtiva, que na quarta-feira havia declarado que temia "uma comoção de âmbito nacional".


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