As negociações e os preparativos em curso nesta segunda-feira para retirar os jornalistas estrangeiros bloqueados no bairro rebelde de Baba Amr, em Homs, fracassaram, indicou à AFP o presidente do Crescente Vermelho árabe sírio (CRAS), Abdel Rahmane Attar.
"Depois, um intermediário de Baba Amr veio nos dizer que a jornalista do Figaro, Edith Bouvier, se recusava a sair sem que as condições que ela impôs fossem atendidas", acrescentou.
"Não sabemos dessas condições e não sabemos se ela realmente recusou porque não conseguimos entrar em contato direto com ela", acrescentou.
"Nossa equipe propôs ficar com os corpos dos dois jornalistas mortos na quarta-feira, mas o intermediário indicou que eles estavam em outro local. Nós retiramos uma idosa, assim como uma mulher grávida e seu marido, todos sírios. As negociações devem ser retomadas amanhã", disse.
O CICV e o CRAS tinham conseguido na sexta-feira pela primeira vez evacuar sete feridos e vinte mulheres e crianças doentes de Baba Amr.
Em Genebra, um porta-voz da Cruz Vermelha Internacional afirmou: "O CICV e o Crescente Vermelho estão em Homs, os voluntários do Crescente Vermelho sírio entraram em Baba Amr com o objetivo de realizar operações de retirada das pessoas que precisam de ajuda e de fornecer uma assistência médica."
A jornalista francesa Edith Bouvier e o fotógrafo independente britânico Paul Conroy, ficaram feridos na quarta-feira em um bombardeio durante o qual morreram a americana Marie Colvin, repórter do Sunday Times, e o francês Rémi Ochlik, fotógrafo da agência IP3 Press.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, havia afirmado nesta segunda de manhã que "o início de uma solução" estava em andamento para retirar os jornalistas ocidentais bloqueados em Homs.
Homs está localizada a 160 km de Damasco e os bairros rebeldes, como Baba Amr, estão submetidos a intensos bombardeios do Exército sírio.