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Estado de Minas

PM mata homem que o ameaçou 29 vezes em Contagem

Segundo a PM, das 38 passagens pela polícia na ficha da vítima, 29 eram de ameaças contra o policial, seu vizinho. Após mais um caso, ele deu voz de prisão ao suspeito em uma padaria, mas o homem reagiu e foi baleado. Corporação diz que policial agiu em legítima defesa


postado em 21/07/2017 14:05 / atualizado em 21/07/2017 14:09

Uma rixa entre um homem com extensa ficha criminal e um policial militar, seu vizinho, terminou em morte na manhã desta sexta-feira no Bairro Santa Cruz Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a corporação, das 38 passagens pela polícia de César Roberto Santana, de 35 anos, 29 ocorrências eram de ameaças contra o militar, um sargento de 46 anos, lotado no Batalhão de Choque.

O chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, major Flávio Santiago, deu mais detalhes do caso em uma coletiva de imprensa no fim da manhã. Segundo ele, o PM estava em serviço durante esta madrugada quando foi acionado pela esposa denunciando que César Roberto estava jogando pedras na casa onde moram. O militar foi até o imóvel com outras viaturas, e as equipes fizeram um rastreamento a procura do suspeito. Ele não foi localizado e a ocorrência foi encerrada.

Já de folga e à paisana, às 6h, o policial militar foi até a padaria da rua onde mora e encontrou César. Ele acionou outras viaturas e deu voz de prisão a ele. O homem resistiu e atirou um filtro da padaria na direção do militar. Ainda segundo o major Santiago, funcionários ainda testemunharam César pegar uma faca da padaria e ir para cima do militar, que reagiu e atirou duas vezes contra o homem usando uma arma da corporação. Ele foi atingido por um único tiro, no abdômen. Ele foi socorrido pelas guarnições que chegaram ao local, mas morreu.

O histórico de ocorrências de César, que teve início em 2009, tem passagens por furto. Ainda segundo a corporação, em 2013, ele chegou a agredir fisicamente a mãe e, em 2015, colocou fogo na própria casa e ameaçou o irmão de morte. Na ocasião, o parente disse que César usava drogas. Ele também já cumpriu pena por tentativa de homicídio, mas foi solto seis meses depois. “Ele foi preso por  tentativa de homicídio ano passado, curiosamente também em uma situação envolvendo o policial militar”, explicou o major Santiago, dizendo que essa foi a 29ª ocorrência.“Ele pula (na casa do policial), a esposa depara com esse indivíduo dentro da casa, começa a gritar, com o seu filho, ele promove várias palavras de baixo calão contra a esposa do militar, ele foge, as viaturas fazem rastreamento, localizam-no na residência dele, onde foi franqueada a entrada pelo próprio irmão, lá num cômodo eles começam a negociar”, detalha o chefe da sala de imprensa da PM. “Ele sai com uma faca também - mostrando a periculosidade desse indivíduo -, contra os militares, que conseguem dominá-lo na ocasião, retirar a faca e o conduzir para a delegacia na época dos fatos”, informou.
 
O major Santiago ressalta que o sargento, há 20 anos na corporação, registrou tecnicamente todo o histórico criminal do homem. "As ocorrências não foram só contra o policial militar que, inclusive, de forma inteligente, foi registrando todas as ocasiões, tomando providencias técnicas, dentro daquilo que se prescreve na legalidade. Ou seja, em todos os momentos, em todas as 29 passagens ele acionou a PM, entregando à Justiça as informações".

O policial classifica o caso como uma “guerra avisada”, e acredita que o conflito era motivado pela atuação do militar no bairro. "Talvez pela coibição do militar, que não permitia essas questões na própria rua. Nós PMs somos alvos o tempo inteiro e na rua onde moramos somos acionados antes mesmo que o 190, para podermos dar respostas à sociedade ribeirinha e em nenhum momento nos esquivamos dessas respostas. Então, possivelmente, a ação do policial militar nesse conjunto tem a ver com a ação delituosa desse autor para com a comunidade e com a sociedade em geral”, disse.

A Polícia Militar informou que a ocorrência será investigada pela Polícia Civil, já que o crime ocorreu quando o policial estava fora de serviço. O major Santiago classifica o caso como legítima defesa e também de terceiros, já que outras pessoas estavam no local no momento da agressão. O caso foi encaminhado à Delegacia de Homicídios.


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