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Estado de Minas

Mineiros se exercitam mais que a média nacional, mas situação precisa melhorar

Percentual dos que praticam atividades físicas no estado é de 40%. Para especialista na área, índices ainda são baixos


postado em 18/05/2017 06:00 / atualizado em 18/05/2017 08:02

Moradores fazem caminhada na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de BH: especialista diz que brasileiros devem se mexer mais(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Moradores fazem caminhada na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de BH: especialista diz que brasileiros devem se mexer mais (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
De três a quatro vezes na semana, geralmente em torno de uma hora e trinta minutos por dia, o advogado Carlos Eduardo Cavalcanti, de 30 anos, morador do Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, faz atividade física. Quando não está na academia, ele corre no Parque JK, perto de casa, joga futebol com os amigos e ainda complementa com ioga. “Pratico esportes desde criança. É bom para a saúde do corpo e relaxa a mente, além de ter a questão estética”, conta o advogado, que não fica parado e está no grupo de mineiros que alia as atividades físicas ao bem-estar.

Conforme o trabalho Prática de Esporte e Atividade Física, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40% dos mineiros com 15 anos ou mais praticavam esporte ou atividade física no ano do levantamento, sendo 53,1% homens e 46,9% mulheres.

Minas fica acima da média nacional (37,9%) em prática de atividades física e esportes e tem o melhor desempenho na Região Sudeste (37,%) e superior ao Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. No país, fica em nono lugar e, especificamente em esporte, em oitavo. As principais atividades mencionadas pelos brasileiros que se exercitavam foram o futebol e a caminhada (veja quadro). As regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram proporções maiores que a média nacional (40,8% e 41,1%, respectivamente), enquanto Nordeste (36,3%), Norte (36,6%) e Sudeste (37,5%) registraram proporções inferiores. “O trabalho não considera o sedentarismo, mas aspectos referentes à prática de atividade física ou esporte”, ressalta a analista do IBGE em Belo Horizonte, Fernanda Gerken.

A pesquisa mostra que quanto mais escolarizada a população maior o percentual de pessoas que praticam algum esporte. Para aquelas sem instrução, a média nacional foi de 9%, enquanto para as com nível superior completo, 35,1%.

O resultado geral do chamado suplemento Prática de Esporte e Atividade Física surpreendeu o gerente técnico do Conselho Regional de Educação Física em Minas (Cref-MG), Willian Pimentel.

“Esperávamos um número maior. Isso significa que os brasileiros têm que se mexer, se exercitar mais”, disse Pimentel, lembrando que em países de primeiro mundo, especialmente na Europa, o percentual chega a 70% e no Japão, a 90%. Na avaliação do gerente técnico, são necessárias campanhas públicas para incentivar a população a abandonar o sedentarismo e combater doenças cardiovasculares, a obesidade e a hipertensão, a exemplo do que ocorre em países.

Sobre os esportes e atividades físicas mais praticadas no Brasil, Willian explicou que, muitas vezes, as pessoas falam ao entrevistador da pesquisa que fazem caminhada, embora elas não mantenham uma periodicidade, velocidade e outros itens fundamentais a um exercício correto. “Simplesmente andam e não fazem a caminhada”, explicou. O futebol, que aparece em primeiro lugar, também deixa a desejar, já que nem sempre as pessoas têm condicionamento físico e condições físicas necessárias. “É aquele jogador de fim de semana, que pode ter uma lesão muscular grave ou sofrer um infarto. Por isso, o esclarecimento é importante. As pessoas precisam ter informações”, disse.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)

EM SINTONIA É exatamente para evitar surpresas desagradáveis com a saúde e manter mente sã em corpo são que o casal de namorados Diego Pilar, de 43, morador do Bairro Belvedere, e a engenheira Caroline Gouvêa, residente no São Pedro, ambos na Região Centro-Sul, fazem seu exercício diário. “Corro todos os dias, de sete a oito quilômetros, de segunda a segunda”, orgulha-se Diego, enquanto ajuda Caroline a fazer alongamento na Avenida José do Patrocínio Pontes, que leva ao Parque das Mangabeiras.

“A atividade traz vários benefícios, como flexilidade e força muscular e afasta o que é negativo. Corro e fico bem”, disse Diego. Ao lado, Caroline contou que está voltando à corrida e ontem, para esquentar, fez uma caminhada seguida de uma arrancada. “Faço ginástica funcional na academia e ao ar livre é muito bom”, acrescentou.

No Brasil, o ranking de praticantes de esportes ou atividades físicas é liderado pelo Distrito Federal (50,4%), seguido do Rio Grande do Sul (44,0%) e Paraíba (42,7%). Já “na lanterna” estão Alagoas (29,4%), Pernambuco (31,3%) e Rondônia (31,8%). Em todas as unidades da Federação, segundo o IBGE, o percentual de homens que praticam alguma atividade é mais elevado do que o de mulheres: em Minas Gerais, 43,6% dos homens e 36,6% das mulheres na faixa etária investigada na pesquisa.

Em relação à prática de algum esporte pelas pessoas de 15 anos ou mais de idade, destaca-se, segundo os analistas do IBGE que, em Minas, 4,42 milhões de pessoas (26,2% do total na faixa etária pesquisada) declararam ser praticantes de algum esporte, sendo, desse quantitativo, 61,7% homens e 38,3% mulheres. Os dados revelam que, em todo o país, os homens na faixa etária investigada praticam mais esportes do que as mulheres. No entanto, quando se trata da prática de alguma atividade física, há um percentual maior de mulheres do que de homens.

Palavra de especialista

Paulo Jaques Soares, educador físico


Prevenção de doenças


“A atividade física é fundamental na prevenção de doenças e na manutenção da saúde. Sendo assim, o sedentarismo é, com certeza, o principal fator de risco, pois causa o surgimento de doenças degenerativas não transmissíveis em um número cada vez maior de pessoas no planeta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o sedentarismo é o quarto fator de risco, o que significa a morte de 3,2 milhões de pessoas por ano apenas por que elas são sedentárias. Outro dado preocupante no mundo é que dois terços da população não têm qualquer atividade física regular e 46% se declaram totalmente sedentárias. Essa situação ocasiona doenças cardiovasculares, vários tipos de câncer, obesidade, diabetes, aumento da pressão arterial e outras. Por isso sempre é melhor fazer qualquer tipo atividade, mesmo por pouco tempo, do que ficar parado. Meia hora de caminhada por dia já faz a diferença”


Saiba mais

Critérios da pesquisa


O Suplemento de Práticas de Esporte e Atividade Física da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2015) investigou pessoas de 15 anos ou mais de idade, em seu tempo livre, no período de referência de 365 dias (de 27 de setembro de 2014 a 26 de setembro de 2015). O objetivo foi mensurar aquelas que praticaram algum esporte ou atividade física no período considerado, bem como sua percepção quanto a isso. Na pesquisa, dizem os analistas do IBGE, não foi estabelecida uma diferenciação entre esporte e atividade física, ficando a cargo da pessoa investigada a classificação da atividade por ela realizada. Para tal, questionou-se, por meio de uma pergunta direta, se a pessoa havia praticado esporte, e, em caso afirmativo, a respectiva modalidade.

 


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