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Estado de Minas

Escolas integrais fazem vaquinha para comprar merenda em Minas Gerais

Apenas duas em cada 10 escolas estaduais com educação em período integral estão com repasses de recursos destinados à alimentação dos alunos em dia


postado em 22/04/2017 06:00 / atualizado em 22/04/2017 08:19

Pratos vazios: secretaria admite atrasos em 80% das unidades de tempo integral, mas promete regularização(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press. )
Pratos vazios: secretaria admite atrasos em 80% das unidades de tempo integral, mas promete regularização (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press. )

Apenas duas em cada 10 escolas estaduais com educação em período integral estão com repasses de recursos destinados à alimentação dos alunos em dia. Em dificuldades com a merenda, educadores de algumas unidades vêm apelando para campanhas com vaquinhas virtuais ou até têm tirado recursos do próprio bolso para suprir a obrigação do do governo. Segundo a Secretaria de Estado de Educação (SES), as escolas integrais reúnem aproximadamente 144,5 mil estudantes e o atraso de fato existe, mas há expectativa de normalização.

Uma das instituições em dificuldades é Escola Estadual Expedicionário Geraldo Baêta, em Entre Rios de Minas (Região Central). Para tentar contornar o problema, profissionais da unidade lançaram na página do Facebook da instituição uma campanha para arrecadar alimentos não perecíveis para almoço e lanche dos estudantes da rede integral.

“Está difícil. Mas muitos pais de muitos alunos são agricultores e estão nos ajudando”, disse uma funcionária da escola. A situação incomoda outras instituições no estado. Segundo a Secretaria de Educação (SEE), 2.128 escolas desenvolvem ações de educação integral e, até a semana passada, apenas 20% estavam recebendo os recursos. “Para as demais unidades, os termos para pagamento estão sendo gerados e a verba começa a ser repassada nos próximos dias”, prometeu a SES.

No caso da Geraldo Baêta, a secretaria acrescentou que a previsão era de que os pagamentos fossem iniciados até o fim desta semana. “A verba para custeio da alimentação escolar dos estudantes das escolas estaduais que participam das ações de educação integral em Minas Gerais são provenientes do governo federal, via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e do governo do estado, que repassa um aporte para complementar o recurso de alimentação para os alunos da educação integral”, detalhou a secretaria, em nota.

Diretores reclamam que a primeira verba já deveria ter sido depositada. Contudo, segundo a secretaria estadual, a greve ocorrida no início do ano prejudicou o trabalho. “No segundo semestre do ano passado também houve atraso”, disse o diretor de uma escola da Grande BH, que afirma ter tirado dinheiro do bolso para contribuir com a alimentação dos alunos.

Enquanto a situação não se regulariza, é o que têm feito também outros dirigentes no estado para bancar alimentação dos estudantes. É o caso de uma escola no Campo das Vertentes, na qual o dirigente desembolsou R$ 50 para comprar um pouco de linguiça para incrementar o feijão consumido pelos alunos. “Tive de pagar também R$ 22 para comprar pilhas para controles de televisores nas salas de aula”, acrescentou ele, que prefere não revelar sua identidade, por ter um cargo comissionado.

Em outra escola, a diretora informou que há pouca reserva na despensa e, caso os repasses financeiros demorem, alguma medida terá de ser adotada para conseguir recursos. “O que não podemos é deixar os alunos sem alimentação. Mas ainda não sabemos o que fazer para conseguir a verba”, disse uma profissional da instituição.

A secretaria informou que o valor destinado à alimentação da educação integral é definido por número de estudantes atendidos em cada unidade e que o recurso repassado pelo FNDE, por dia letivo, por aluno da educação integral, é de R$ 1,07. A parcela do estado pode chegar a R$ 1,20. “O repasse às caixas escolares é realizado normalmente em 10 parcelas”, informou. (PHL)


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