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Estado de Minas

Belo Horizonte é vice-líder em ranking de diabéticos

Apesar de mais pessoas comerem bem e se exercitarem em capitais como BH, o resultado do país preocupa. A obesidade cresce 60%, sustentando distúrbios como diabetes e hipertensão


postado em 18/04/2017 06:00 / atualizado em 18/04/2017 07:53

A arquiteta Ludilayne Soares mudou a dieta e adotou a malhação:
A arquiteta Ludilayne Soares mudou a dieta e adotou a malhação: "Fiz uma boa troca. Estou com muito mais disposição" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Foi no ano passado que a arquiteta Ludilayne Andrade Soares, de 28 anos, moradora do Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte tomou uma séria decisão para espantar a sonolência, perder uns quilos e preservar a saúde. Decidida, começou a malhar, com preferência para as aulas de jump e forró, e mudou a alimentação, com ajuda de uma nutricionista. “Fiz uma boa troca e quero perder ainda uns seis quilos. Agora, nada de refrigerantes. Estou com muito mais disposição”, orgulha-se a arquiteta diante de um copo de suco de laranja e longe dos refrigerantes, na lanchonete de uma academia de ginástica no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul. Com o novo comportamento, Ludilayne quer manter distância das estatísticas que mostram mais da metade dos brasileiros acima do peso. Divulgada ontem, a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde (MS), revela que, em 10 anos, a obesidade cresceu 60% no Brasil e colabora para maior prevalência de hipertensão e diabetes.


O policial Robson Freitas se esforça para perder 5kg de massa gorda:
O policial Robson Freitas se esforça para perder 5kg de massa gorda: "Não consumo doces, refrigerantes nem produtos industrializados" (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
A Vigitel 2016 foi feita por meio de entrevista telefônica, em todas as capitais brasileiras, com a população de idade igual ou superior a 18 anos. Belo Horizonte tem altos e baixos nos resultados. Enquanto apresenta a segunda maior prevalência de diagnóstico médico de diabetes (10,1%) – em primeiro está o Rio de Janeiro (RJ) – e fica entre as quatro em hipertensão arterial (ver o quadro), aparece bem no quesito excesso de peso e obesidade e em segundo lugar no consumo de frutas e hortaliças, ficando em primeiro o Distrito Federal (DF).

“O MS tem priorizado o combate à obesidade com uma série de políticas públicas, como o Guia alimentar para a população brasileira. A alimentação saudável aliada à prática de atividade física nos ajudará a reduzir a incidência de doenças como diabetes e hipertensão na população”, afirmou o ministro da Saúde Ricardo Barros na apresentação do trabalho que ouviu 53,2 mil pessoas entre os meses de fevereiro e dezembro. O objetivo é monitorar a frequência e distribuição dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis na população brasileira e descrever a evolução anual dos indicadores investigados e subsidiar o planejamento e acompanhamento de ações de promoção da saúde e prevenção.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Na prática, é o que faz o corretor de imóveis Munir Gonçalves da Costa, de 56, morador da Savassi, na Região Centro-Sul de BH. “Acabei com os excessos e o estresse”, diz Munir, que começou a correr há cinco anos para manter o peso e o condicionamento. “Não bebo refrigerantes e dou preferência às frutas e verduras”, conta. Em outra esteira da academia, o policial Robson Freitas, de 32, morador do Buritis, na Região Oeste, diz que pretende perder 5kg de massa gorda – ele pesa 100kg para 1,80m. “Não consumo doces, refrigerantes nem produtos industrializados”, conta o policial, que tem notado mais gente fazendo atividade física na cidade.

SAÚDE E ALIMENTAÇÃO De acordo com a pesquisa, o diabetes afeta 16,5% da população com até oito anos de estudo, um indicador três vezes maior do que o apresentado por pessoas que estudaram 12 anos ou mais (4,6%). O mesmo acontece com a hipertensão: 41,8% da população com até oito anos de estudo apresenta o problema. Quase três vezes mais do que o indicador apresentado entre aqueles com 12 anos de estudo ou mais (15%).

A situação também se repete com excesso de peso e com a obesidade, embora em escala inferior. A pesquisa indica que 59,2% da população com até oito anos de estudo está acima do peso. Entre os que estão com 12 anos ou mais, o percentual é de 48,8%. Já na obesidade, 23,5% dos que estudaram até oito anos apresentam o problema. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o percentual é de 14,9%. A frequência dos quatro fatores de risco para doenças cardiovasculares (obesidade, sobrepeso, hipertensão e diabetes) aumenta com o passar dos anos.

A Vigitel mostra que todos os problemas aumentaram de forma expressiva nos últimos anos. Entre 2010 e 2016 cresceu em 61,8% o número de pessoas diagnosticadas com diabetes. A obesidade teve uma expansão igualmente preocupante: 60%, passando de 11,8% da população em 2006 para 18,9% em 2016. A hipertensão, por sua vez, subiu 14,2% na década, passando de 22,5% para 25,7% da população. Os indicadores relacionados a excesso de peso subiram 26,3% em 10 anos. Em 2006, 42,6% da população estava acima do peso. Hoje, já são 53,8%.

O aumento dos indicadores pode em parte ser atribuído à elevação da idade da população. Mas os dados da pesquisa deixam claro que a mudança de hábitos alimentares também está diretamente relacionada ao problema. A começar pela redução do consumo regular de arroz e feijão. Em 2012, 74,2% da população masculina entrevistada dizia consumir a combinação mais típica da dieta brasileira em pelo menos cinco dias da semana. Bastaram quatro anos para esse indicador cair para 67,9%. A boa notícia é que o consumo regular de frutas e hortaliças apresentou uma leve elevação entre 2008 e 2016, passando de 33% para 35,2% da população.

REFRIGERANTE Entre as mudanças positivas nos hábitos identificados na pesquisa está a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial. Em 2007, o indicador era de 30,9% e, em 2016, foi 16,5%. Quem tem mais de 18 anos, por sua vez, está praticando mais atividade física no tempo livre. Em 2009, 30,3% da população fazia exercícios por pelo menos 150 minutos por semana; já em 2016, a prevalência foi de 37,6%. Nas faixas etárias pesquisadas, os jovens de 18 a 24 anos são os que mais praticam atividades físicas no tempo livre. Mesmo assim, duas entre cada 10 mulheres que vivem em capitais brasileiras estão obesas. (Com agências)


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