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Estado de Minas

Corpo de mulher sequestrada em shopping de Contagem é enterrado na Grande BH

Adriana Lacerda foi raptada quando saía do trabalho por bandidos que queriam roubar seu carro no estacionamento do Itaú Power Shopping. Ela foi enforcada com um cadarço e jogada na lagoa Várzea das Flores


postado em 10/04/2017 12:00 / atualizado em 10/04/2017 13:54

Ver galeria . 11 Fotos Colegas de emprego, familiares e amigos foram até o Cemitério Parque Renascer para prestarem últimas homenagens à vítima Jair Amaral: EM/DA Press
Colegas de emprego, familiares e amigos foram até o Cemitério Parque Renascer para prestarem últimas homenagens à vítima (foto: Jair Amaral: EM/DA Press )
Dor, revolta e pedidos por justiça marcaram o enterro da vendedora Adriana Lacerda, de 39 anos, sequestrada no estacionamento do Itaú Power Shopping, em Contagem, e encontrada morta na lagoa Várzea das Flores, na mesma cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, neste fim de semana.

O corpo de Adriana foi sepultado no fim da manhã desta segunda-feira no Cemitério Parque Renascer, também em Contagem. Cerca de 100 pessoas, entre familiares e amigos, estiveram no local. Entre eles, muitos funcionários da Leroy Merlin, onde a vítima trabalhava. Uniformizados, cada um deles levou uma rosa para homenagear a colega.

"Quantas Adrianas vão ter que morrer pra gente tomar uma iniciativa?", questionou  o marido da vítima, Marcelo Lacerda, ao Estado de Minas, ainda muito abalado. Familiares disseram que pretendem acionar a Justiça, pois a morte de Adriana "não pode ficar em vão".

O jornalista Daniel Lacerda, de 23 anos, enteado de Adriana, conta que ela trabalhava na unidade de Contagem há pouco tempo. Ela deixou dois enteados e um filho de 12 anos. “Ela trabalhava no Belvedere e mudou pra essa outra loja recentemente. Ela estava trabalhando e iria ficar pra pegar duas cestas básicas e fez duas horas extra pra isso. Meu pai levou o carro pra ela e deixou no estacionamento. Se não fosse por isto, ela voltaria de ônibus, como normalmente faz”, disse.

Ele também reclamou da segurança no local. “Se o estacionamento é pago e caro, a gente espera que tenha uma segurança privada e pública boa, dentro e ao redor do shopping. O horário que ela saiu é quando tá todo mundo dentro do shopping, não é meia-noite e nem 1 h da manhã, é um horário de movimentação”, comenta.

A diretora do Sindicato dos Comerciários de Contagem, Shirley Magalhães de Campos, também está presente e lamentou muito o fato. "Nossa trabalhadora foi brutalmente assassinada e mais uma vida ceifada. O que a gente tem a dizer como ser humano é como a vida perdeu o valor, não é? Uma trabalhadora deixando o emprego e ser brutalmente assassinada", afirma.

Em uma oração, antes do sepultamento, a tia de Adriana pediu que Deus faça justiça. Na última homenagem, colegas  de trabalho da promotora puxaram um coro da Canção da América, de Milton Nascimento.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), Adriana saiu para trabalhar na unidade da Leroy Merlin do Itaú Power Shopping às 11h de sexta-feira. Marcelo, marido de Adriana, contou aos policiais que os dois se encontraram por volta das 17h para buscar o carro na oficina. Depois disso, ele disse que não teve mais informações de Adriana.

O marido teve acesso às imagens das câmeras de segurança do estacionamento do shopping, que mostram dois homens se aproximando do carro da vítima. Um dos vídeos mostra Adriana saindo de uma cancela, com um homem no banco de trás. Os suspeitos foram detidos na tarde de sábado, depois que a polícia encontrou o carro de Adriana, um Ford Focus, no Bairro Água Branca.

O jovem de 18 anos, que estava com o veículo, disse à polícia que instalaria um som no carro a pedido de duas pessoas. A PM fez buscas na casa dele, suspeitando de que a mulher estivesse sendo mantida refém. No imóvel, foi achada uma placa e um painel de motocicleta com queixa de roubo. Conforme a PM, o rapaz indicou onde os outros suspeitos moravam.

O primeiro a ser localizado foi um adolescente de 15, que disse à polícia ter participado do assalto a Adriana. Ele informou que a mulher havia sido deixada em um matagal na BR-040, perto do Posto Bonanza. Havia outro homem envolvido no assalto.

Adriana trabalhava no Leroy Merlin e foi abordada no estacionamento do Itaú Shopping(foto: Reprodução/Facebook)
Adriana trabalhava no Leroy Merlin e foi abordada no estacionamento do Itaú Shopping (foto: Reprodução/Facebook)
Um perito analisou o veículo da vítima, mas encontrou apenas um relógio, batons, um pendrive e um maço de cigarro. Os três detidos passaram por exame de corpo de delito no IML e foram deixados na sede da delegacia de plantão de Contagem, onde familiares da vítima já se reuniram. No local, policiais civis interrogaram os suspeitos e os levaram à região da Várzea das Flores.

O corpo de Adriana foi levado para o Instituto Médico Legal de Betim, na região metropolitana. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos foram autuados por latrocínio, roubo seguido de morte. Um deles, de 25 anos, confessou ter matado a mulher, segundo a Polícia Civil. O quarto envolvido, de 19 anos, está sendo procurado.

Nas redes sociais, o marido de Adriana agradeceu a solidariedade: “Meu eterno amor acaba de partir para o céu. Vá com Deus, meu anjo, e leve contigo toda a doçura com que encantou a todos os seus. Te amarei eternamente”. O enteado da vítima também se pronunciou pelo Facebook e disse que Adriana era uma mulher que “trabalhava duro para manter o filho pequeno”.

A Leroy Merlin divulgou uma nota sobre a morte da funcionária. Leia na íntegra: “A Leroy Merlin Brasil lamenta o fato e desde que tomou ciência do ocorrido vem dando apoio à família. A Leroy Merlin Brasil está enlutada com o sinistro. A Rede continua mantendo apoio à família, por meio de profissionais psicólogos no sentido de conforto e atenuar a dor desta perda de forma  brutal.”

O ItauPower Shopping informou, por meio de nota, que lamenta o sequestro de Adriana Lacerda na última sexta e esclarece que a gestão do estacionamento externo, onde ocorreu o fato, não é de responsabilidade do ItaúPower Shopping. "Cabe ao shopping gerenciar a segurança no espaço interno do mall e também no estacionamento coberto, este sim pertencente ao shopping center", afirmou. (Com Larissa Ricci)


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