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Estado de Minas

Depois de liberação da catuaba, camelôs agora querem mais marcas de cerveja

Agremiações protestam contra ação da marca na capital. Edital estabelece que ambulantes cadastrados só poderão vender produtos da cervejaria


postado em 17/02/2017 12:32 / atualizado em 17/02/2017 15:54

Carta aberta foi publicada no Facebook. Clique para ler na íntegra(foto: Reprodução internet/Facebook)
Carta aberta foi publicada no Facebook. Clique para ler na íntegra (foto: Reprodução internet/Facebook)
Foi divulgada, nesta sexta-feira, uma carta aberta de blocos de carnaval de Belo Horizonte “contra o monopólio da Ambev no carnaval”. A polêmica começou com o edital que estabelece que os 9,4 mil ambulantes cadastrados pela prefeitura só poderão comercializar bebidas da empresa durante a festa.

O texto é assinado por cerca de 30 agremiações e ambulantes de Belo Horizonte. Eles argumentam que o carnaval é uma festa de resistência, e que vem se reinventando na cidade, construindo novas relações com a cidade e desenvolvidas por pessoas, não empresas, “ sem cordão, sem abadá, a maioria deles sem patrocínio, como um movimento de resistência e luta através de manifestações culturais das mais diversas”. 

“Há tempos o carnaval vem sendo assediado pela Ambev na tentativa de colocar sua marca no carnaval que vem sendo construído por blocos e foliões, cada um ao seu modo, para que tenhamos uma manifestação político-cultural na qual a maior chancela que carregamos é o sorriso no rosto de cada pessoa”, dizem os foliões. “E qual não foi a nossa surpresa ao noticiarem, uma vez mais, a venda do carnaval à Ambev e a instauração do monopólio de vendas de produtos dessa empresa que depois de seguidas tentativas de apropriação do nosso carnaval, ainda teve a audácia de utilizar fotos dos blocos para promover a marca sem a autorização prévia destes (o ultimo fato ocorrido no ano de 2015)?”, continuam os blocos.

As agremiações reclamam do edital da PBH que, entre outros itens, pontua que “o credenciado obriga-se a se abster, durante a vigência da presente autorização, de praticar qualquer ato relacionado com outras empresas de bebidas que não seja o patrocinador, se houver, sob pena de rescisão automática da presente autorização”.

Eles também aproveitam para questionar o fechamento de ruas e outros espaços públicos durante o carnaval, que prejudicaria a livre movimentação de foliões e ambulantes. “Destacamos ainda que tal procedimento, em situação de grandes aglomerações, coloca em risco a integridade física das pessoas uma vez que cria bloqueio para rotas de fuga, conforme alerta o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais”. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Ambev informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Nesta semana, a proibição da venda da catuaba, bebida já tradicional da folia em BH, repercutiu entre os foliões. No fim da noite de quarta-feira, por meio de nota, a prefeitura afirmou que a bebida será vendida pelos ambulantes da capital mineira nos dias de folia.

No documento enviado pela administração municipal, ela ressalta que houve um acordo com a Ambev. “Apesar do edital de patrocínio do Carnaval de rua estipular que os ambulantes credenciados pela Belotur só poderiam vender as bebidas do patrocinador vencedor do chamamento público, a Prefeitura, atendendo ao apelo dos foliões em relação à Catuaba, e, em comum acordo com a Ambev, patrocinadora do Carnaval, permitirá a comercialização dessa bebida pelos ambulantes credenciados - desde que não seja em garrafas de vidro, por questões de segurança”, disse.


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