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Estado de Minas

Bartucada e Bat-Caverna não tocam no carnaval de Diamantina após três décadas de tradição

Prefeito afirma que as bandas não aceitaram a proposta e conta que a administração resolveu priorizar 'um carnaval familiar ao invés de um promíscuo com turista fazendo xixi na porta da igreja'


postado em 25/01/2017 14:39 / atualizado em 25/01/2017 21:12

Carnaval na cidade histórica é tradicional em Minas Gerais(foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press)
Carnaval na cidade histórica é tradicional em Minas Gerais (foto: Beto Magalhães/EM/D.A.Press)

Após três décadas de tradição, duas das maiores atrações do carnaval de Diamantina, as bandas Bartucada e Bat-Caverna, conhecidas por arrastar multidão no carnaval da cidade histórica estão fora da programação neste ano. A informação foi confirmada pelo prefeito da cidade, Juscelino Brasiliano Roque (PMDB), que disse que ter conseguido um acordo com integrantes das duas bandas nas reuniões que aconteceram entre o poder público e eles. 

Segundo Juscelino, a proposta feita pela prefeitura, de colocar um palco na Praça do Mercado que abrigaria as duas bandas e outras que estivessem na programação da cidade, alugar o espaço para uma empresa que ficaria responsável por organizar a folia, vender abadás e, no final, repassar o lucro para as bandas não foi aceita pelos representantes da Bartucada e Bat-Caverna. "Era a proposta que a gente tinha, mas eles não aceitaram. Estamos em crise e não temos verba para bancar os R$ 45 mil que cada banda recebeu no ano passado". 

O prefeito afirmou ainda que reconhece a importância das duas bandas, mas que a administração partiu para o segundo plano, valorizando mais o carnaval familiar e com bandas locais. "Vamos remodelar, afinal, as pessoas querem um carnaval promíscuo, com turista fazendo xixi na porta da igreja, como vinha acontecendo aqui? Ou um carnaval com segurança e tranquilidade para a nossa população e turistas?", indagou. 

Juscelino afirmou também que o carnaval vai ser organizado na cidade toda, incluindo um palco na Rua da Quitanda, um no Beco do Mota, um dentro do Mercado Central e outro no Espaço Niemayer que ainda deve passar por uma revitalização. Na Praça do Mercado onde acontecia o tradicional carnaval será criado um espaço de convivência com praça de alimentação e banheiros. 

Em nota, a Barturcada explicou que a banda operou no vermelho nos últimos anos e que só podeira atuar neste carnaval com um cachê de R$15 mil por dia, "após amargarmos dois carnavais 2014/2015, que foram lindos, mas, que nos deram prejuízo, principalmente pelo afluxo menor de turistas do Rio e de BH (devido ao iniciante, mas já explosivo boom de blocos de rua nestas capitais)", afirmou o bloco.

Ainda segundo os organizadores, "tais fatos dificultaram por dois longos anos a saúde financeira da Bartucada - ainda em recuperação e com dívidas dentro da cidade - e não nos é possível arriscar novamente." 

A Bartucada foi convocada, juntamente com a Bat-Caverna e outras atrações musicais, para ter conhecimento da proposta sugerida pela prefeitura para viabilizar o carnaval. "Reiteramos que a Bartucada passou o valor de custo de operação mínimo de R$ 15 mil por dia de apresentação, ou seja, a Bartucada se propôs a se apresentar sem cachê, apenas custeando nossas despesas de logística e de profissionais envolvidos", disse o documento.

Portanto, "diante da transição da prefeitura que só se homologa em janeiro, não houve tempo hábil para que pudéssemos assumir qualquer risco e, atualmente, só podemos assumir riscos extremamente controlados", concluiu.


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