A reportagem do Jornal Estado de Minas chegou na porta da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, para cobrir o motim, por volta das 22h. Ao estacionar o carro na MG-6, onde se localiza a unidade, já deu para sentir o clima tenso que pairava dentro e fora da unidade. Enquanto a fumaça saía dos pavilhões e o barulho de bombas e tiros de balas de borrachas ecoavam, familiares dos detentos, na maioria mulheres, faziam protesto na porta.
Com o passar do tempo, a situação ficou mais tensa. A divulgação de áudios e de imagens nas redes sociais de detentos da unidade supostamente mortos ou gravemente feridos, que segundo a PM eram falsas, deixava todos mais nervosos e alimentava a ira dos familiares, que tentavam a todo momento notícias dos presos.
Nesse momento, a divulgação de uma informação oficial repassada pela PM motivou uma cena lamentável. A repórter Larissa Carvalho, da TV Globo/Globo News, foi autorizada a entrar no perímetro isolado pela polícia para fazer uma entrada ao vivo. Eu estava de frente para a jornalista quando ela começou a falar sobre a situação. Parentes dos presos ficaram exaltados com as informações divulgadas por ela e, durante a fala, uma mulher passou pela segurança, correu em direção a repórter e a derrubou no chão. Rapidamente foi contida por um policial e por um técnico da TV Globo.
A ação nos deixou revoltados, mas não tivemos muito o que fazer para contornar a situação. Larissa se levantou rapidamente depois da situação, e, com total profissionalismo, voltou a passar as informações ao vivo por duas vezes do local. Depois, saiu e se dirigiu a uma delegacia, onde fez um boletim de ocorrência.
Vale ressaltar que momentos antes de a mulher agredir a repórter, a mesma discutiu com outro jornalista que tentou apenas acalmá-la, porém, sem sucesso.