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Estado de Minas

Especialistas recomendam imunização contra a febre amarela

Os profissionais alertam especialmente para quem vive nas áreas afetadas. E alertam: doença pode matar até 50% das pessoas com sintomas graves


postado em 11/01/2017 06:00 / atualizado em 11/01/2017 08:16

Diante do surto de febre amarela silvestre registrado em Minas Gerais, especialistas de saúde chamam a atenção para a necessidade de a população não vacinada atualizar seus cartões de vacina para se proteger da doença. Isso porque, diferentemente de outras enfermidades transmitidas por mosquitos, como dengue, zika, chikungunya e malária, a febre amarela tem um alto grau de mortalidade: pode matar até 50% das pessoas que desenvolvem o estágio grave dos sintomas. O alerta vale ainda diante de outro aspecto de saúde pública. Com um sistema que já trabalha no limite em muitas áreas, inclusive no combate a endemias, a introdução de mais uma doença entre a população pode se tornar mais um desafio para as autoridades de saúde do estado.

“O registro de uma doença que não vinha sendo detectada acaba sendo um transtorno a mais para o sistema de saúde. Exige mobilização e também recurso nessa área, que já trabalha com recursos escassos, sejam financeiros, bem como humanos”, afirma um dos diretores da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling. Segundo ele, “já há um exército de pessoas absorvidas no combate à dengue, zika e chikungunya e, mesmo sendo um surto localizado, os casos de febre amarela acabam gerando trabalho a mais”.

A recomendação de se vacinar vale para pessoas que ainda não receberam o imunizante residentes nas quatro áreas de transmissão da doença no estado e, principalmente, para aqueles que moram ou visitam áreas rurais para os mais diversos fins. Antes da viagem é necessário aguardar o prazo de 10 dias após a aplicação da vacina. E, caso não seja possível adiar a viagem, a orientação é para o uso de repelentes, mas fica proibida a ida a áreas rurais ou de matas.

Para pessoas sem proteção que vivem nas demais áreas urbanas, há também orientação para atualizar o cartão de vacinas, mas sem alarde, segundo o infectologista. A febre amarela também pode ocorrer em ambiente urbano, mas desde 1942 esse tipo da doença não ocorre no estado.

Além disso, o infectologista lembra que no início dos anos 2000 houve uma grande campanha de vacinação contra febre amarela e que, de lá para cá, sempre houve orientação para aplicação da dose, que tem validade de 10 anos. “Portanto, boa parte da população urbana está vacinada e o bloqueio que ela proporciona é muito alto, tendo em vista que é um produto muito eficiente”. No ano passado, 140.739 doses foram aplicadas à população em Belo Horizonte, 29 mil a mais que o ano anterior, quando foram 111.242.

Ainda assim, o especialista reconhece o risco nas cidades, onde a transmissão do Flavivirus (causador da febre amarela) ocorre por meio do mosquito Aedes aegypyi, também transmissor da dengue, zika e chikungunya. “Como este é um mosquito que está extremamente disseminado nas cidades, há um campo fértil para desenvolvimento da doença, caso um enfermo seja picada pelo Aedes e depois este pique uma pessoa saudável. “Esse é o ponto mais preocupante. Por isso é tão importante que seja feito o bloqueio das pessoas não vacinadas que vivem em regiões que tiveram a manifestação da doença, para que estas não venham para os centros urbanos doentes”, afirma Starling.

Assim como ele, o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, destaca o risco nas áreas urbanas. “É baixo, mas existe diante do grande fluxo de pessoas entre o campo e a cidade. E como as áreas urbanas estão cheias de mosquitos, fica a preocupação com uma possível reintrodução da doença nesses espaços”, alerta. Ele diz ainda que há chance do surto anunciado pelo governo do estado ser ainda maior, tendo em vista os casos notificados como suspeitos pelos municípios, além dos divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde. “Diante desse quadro, se torna ainda mais importante a orientação para que as pessoas desprotegidas se vacinem”, alerta.


CAPITAL De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, já foi verificado ontem um aumento da procura pela vacina contra febre amarela que atualmente soma um estoque de 51,7 mil doses. O órgão informou receber cota mensal de 24 mil vacinas e, caso seja necessário, a Secretaria de Estado de Saúde já se dispôs a fornecer um número maior. Ainda segundo o município, as doses estão disponíveis nos 150 centros de saúde da capital e também no Serviço de Atenção ao Viajante, na Rua Paraíba, 890, na Savassi. A vacinação também ocorre em unidades conveniadas: Sesc Saúde São Francisco, Sesc Tupinambás, Hospital Militar, Ipsemg, e Abertta Saúde. Em Belo Horizonte, 41 casos da doença foram notificados entre 2007 e 2016, mas todos foram descartados.


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