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Estado de Minas BH 119 ANOS

Belo Horizonte ganhará casarão para preservar memória dos construtores

Imóvel erguido em 1929 na Rua da Bahia começou a ser restaurado para abrigar o acervo da comissão construtora da capital


12/12/2016 06:00 - atualizado 12/12/2016 07:36

Em terreno no qual será erguida torre residencial, casarão será preservado para abrigar acervo do grupo de profissionais liderado por Aarão Reis
Em terreno no qual será erguida torre residencial, casarão será preservado para abrigar acervo do grupo de profissionais liderado por Aarão Reis (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Belo Horizonte ganhará mais um ponto turístico para ajudar a contar a história da capital que completa hoje 119 anos. O casarão de número 2.425 da Rua da Bahia, erguido em 1929, em frente ao local onde hoje funciona a Arena Minas Tênis Clube, no Bairro de Lourdes, começou a ser restaurado para sediar um endereço cultural. A prefeitura informa que ainda não definiu qual será o uso do imóvel, mas o Estado de Minas apurou que o bem, tombado em 2002, vai abrigar o acervo da comissão de profissionais que construíram a cidade inaugurada em 12 de dezembro de 1897.

Hoje, em comemoração à data, a cidade recebe outros presentes. Às 19h30, a Cemig inaugura a tradicional decoração natalina da Praça da Liberdade. Já amanhã, será a vez de milhares de luzes se acenderem no prédio da empresa e da Avenida Barbacena, no Bairro Santo Agostinho, também na Centro-Sul. Devido à previsão de chuva forte para hoje, a Prefeitura de BH decidiu não fazer a festa com o tradicional bolo de aniversário, mas há atrações na área cultural, como exposições (veja programação) preparadas pela Fundação Municipal de Cultura e Belotur dentro do projeto Viva BH! 119.

No caso do casarão da Rua da Bahia, documentos da equipe comandada pelo engenheiro Aarão Reis (1853-1936), como fotos e papéis das áreas administrativa, contábil e técnica, assim como outros itens que compõem a história do planejamento da capital, devem compor o acervo. A comissão construtora trabalhou de 1894 a 1897 e era composta por outros engenheiros, além de arquitetos e urbanistas.

A casa, em estilo arquitetônico eclético com influência neoclássica, tem dois pavimentos e edícula ao fundo. O piso é em tacaria, com diferentes padronagens para cada cômodo. Há banheiros com louças inglesas e a área social apresenta paredes revestidas em painéis de madeira. Uma das características da escadaria principal, feita com jacarandá, é um vitral da Casa Conrado, de São Paulo.

O imóvel leva assinatura do arquiteto Luiz Signorelli (1896-1964), um dos fundadores da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), implantada em agosto de 1930. Um importante imóvel que também leva o traço dele é o atual Centro Cultural do Banco do Brasil, ex-Secretaria de Estado de Defesa Social, na Praça da Liberdade. Também são trabalhos dele o imóvel da ex-Secretaria de Estado do Turismo, na Praça Rio Branco, e o da Academia Mineira de Letras, na mesma Rua da Bahia.

O casarão foi adquirido pela Construtora Caparaó, que usará a maior parte do terreno para erguer um prédio residencial de alto luxo, com 18 andares e um apartamento por pavimento. Já o casarão será restaurado e doado à prefeitura. A previsão é de que a reforma seja concluída no ano que vem, quando Belo Horizonte completará 120 anos.

Embora a administração municipal não confirme o futuro do endereço, a própria prefeitura deixou pistas a respeito. É o caso da ata da reunião de outubro do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH), à qual o EM teve acesso. No documento, a conselheira Sandra Lemos Coelho Bontempo observa que o local pode ser uma extensão do complexo da Praça da Liberdade. Segundo ata de reunião ordinária do conselho, ela “ponderou que a proximidade da casa com a Praça da Liberdade promoveria um prolongamento da proposta do Circuito Cultural e considerou que o acervo da Comissão Construtora seria muito mais adequado à edificação”.

CURIOSIDADE Um dos documentos elaborados pela comissão construtora que mais chamam a atenção dos atuais moradores é o mapa, datado de 1895, que definiu onde seriam construídas as principais praças e prédios da nova capital. Muitos espaços e obras pensados por Aarão Reis, contudo, não saíram do papel por falta, sobretudo, de dinheiro.

É o caso, por exemplo, da catedral, prevista para ocupar um dos quarteirões no encontro das avenidas Afonso Pena e Contorno, onde é hoje a Praça Milton Campos. Naquela época, o local era o endereço mais alto da nova cidade. As bases do templo foram feitas, mas as paredes da catedral não foram erguidas por falta de recurso.

O local reservado ao templo ganhou, ainda naquela época, um cruzeiro de madeira. Daí o nome do bairro na Região Centro-Sul. Até hoje a capital não conta com uma catedral definitiva. A construção começou a ser erguida em uma das margens da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Juliana, na Região Norte, devendo ser inaugurada em 2021.

PROGRAME-SE


A inauguração das luzes de Natal da Praça da Liberdade está entre as principais atrações do dia em que BH comemora seus 119 anos

Hoje
» 19h30 – Inauguração da iluminação natalina da Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul

Atividades culturais
» Exposição Educação Abraça a Pampulha, no Centro de Atendimento ao Turista (CAT) Mercado das Flores (telefone 3277-7666) e CAT Veveco (3277-9987)

» Encontro Lúdico com Beagá, nos centros culturais da Fundação Municipal de Cultura (FMC): Biblioteca Regional Renascença (3277-6052), Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte (3277-8658), CAT Mercado das Flores (3277-7666) e CAT Veveco (31 3277-9987)

» Exposição de fotografias Um olhar, Uma luz, no saguão da rodoviária, no Centro, até dia 30

» Exposições BH Patrimônio, no Restaurante Popular do Barreiro, até dia 30, das 11h às 14h, e Luzes, Letras e Cores de Belo Horizonte, no Centro Cultural Lindeia Regina, até dia 30 (horário de acordo com o funcionamento do local)

» Exposição Todas as Flores, na Vila Santa Rita, até dia 31, de terça a sexta, das 9h às 18h, e sábados, das 9h às 13h

» BH vai até você, no Centro Cultural Zilah Spózito, até quinta-feira, das 8h30 às 18h, e sábados, das 9h às 13h

Obs: confira endereço e horário de funcionamento dos centros culturais administrados pela FMC em bhfazcultura.pbh.gov.br e detalhes da programação do projeto Viva BH! 119 em www.vivabh.ml.


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