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Estado de Minas

Em BH, obras sem orientação preocupam no período chuvoso

Durante os monitoramentos feitos nas comunidades, as pessoas são alertadas para interromper tais obras, mas essas recomendações acabam sendo ignoradas


postado em 22/11/2016 06:00 / atualizado em 22/11/2016 07:43

O grande número de obras irregulares nas favelas, sem orientação técnica e que acabam atravessando épocas de chuvas, quando o solo está instável, está entre as grandes preocupações da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de BH (Comdec) e da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). Das vistorias feitas pela Comdec em áreas de risco habitadas, por exemplo, o abatimento de piso e as infiltrações são dois tipos de ocorrências que conseguem medir se a causa dos problemas é a interferência humana ou a ação de fenômenos naturais. No caso do abatimento de piso, em 12 dos 16 registros feitos foi constatada alguma obra ou intervenção de moradores, 75% do total. Entre as causas de infiltrações a ação das pessoas chega a 19 (65,5%) das ocorrências, sendo que em sete casos não foi possível averiguar se a culpa foi da natureza ou do homem.

De acordo com a Urbel, durante os monitoramentos feitos nessas comunidades, as pessoas são alertadas para interromper tais obras, mas essas recomendações acabam sendo ignoradas. “O resultado disso é que as escavações e construções acabam trazendo riscos para as famílias dessas próprias pessoas e para os vizinhos”, alerta a diretora de manutenção em áreas de risco da companhia, Isabel Queiroz Volpini.

Atualmente, a área da capital mineira que mais precisou de vistorias e intervenções devido às chuvas é o Taquaril, na Região Leste, seguida do Alto Santa Lúcia (Centro-Sul), Ribeiro de Abreu (Nordeste), Morro das Pedras (Oeste) e Jardim Alvorada (Pampulha). Em vários pontos do aglomerado do Taquaril, que faz limite com o município de Sabará, na Grande BH, as lonas e aparatos de contenção de madeira e concreto tentam conter encostas íngremes onde as pessoas tentaram ampliar ou construir edificações precárias e por isso correm riscos. Num desses pontos, próximo ao Bairro Alto Vera Cruz, o morador da parte baixa resolveu ampliar sua residência fazendo um corte no morro que fica ao lado da sua casa. No local, dá para ver as marcas de alavanca riscando a escavação de oito metros de altura que expôs barro e pedras e ameaça ceder. “Nós avisamos ao morador. Dá para ver que o corte que ele fez já está (em ângulo) negativo e, com essas chuvas, o risco de cair é muito grande”, afirma a diretora da Urbel.

CONSTRUÇÕES Num outro ponto onde uma obra chegou a pôr em risco pelo menos 12 moradias – a conta não é exata porque as edificações chegam a se subdividir entre inúmeras famílias –, a Urbel precisou intervir e revestir de concreto e tijolos as encostas de um morro. Drenagens foram abertas e auxiliam o terreno a não encharcar. Ainda assim, um dos moradores já usa a beirada de uma das drenagens para a construção de uma linha de tijolos. “Infelizmente há quem destrua as estruturas para abrir mais espaços e até quem remova pedras dos gabiões (cubos de telas de aço contendo rochas para conter margens e encostas) para usar em suas obras”, afirma Isabel Volpini. Para a diretora da Urbel, o mais importante é que a comunidade auxilie nas vistorias e siga as instruções dos técnicos. “Essa parceria é que nos permite ajudar quem precisa e localizar lugares ameaçados”, disse.


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