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Estado de Minas

Pimentel diz que eventuais 'excessos' da PM em protesto na UFMG serão apurados

Em rede social, governador fala em 'lamentável fato' e afirma respeitar liberdade de manifestação. Reitoria da UFMG considera que PM usou excesso de força


postado em 18/11/2016 18:23 / atualizado em 18/11/2016 20:56

Ver galeria . 9 Fotos Protesto conta a PEC 55 teve tumulto e PM disparou bombas e balas de borracha na entrada principal da UFMG, na PampulhaReprodução
Protesto conta a PEC 55 teve tumulto e PM disparou bombas e balas de borracha na entrada principal da UFMG, na Pampulha (foto: Reprodução )

O governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que a ação da Polícia Militar (PM) durante manifestação de estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na tarde desta sexta-feira será apurada. Os policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para conter o protesto. Algumas pessoas ficaram feridas. A reitoria da UFMG também repudiou a ação dos policiais e informou que está dando apoio as pessoas feridas durante a confusão.

O protesto de estudantes contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/55, que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos, terminou em tumulto entre manifestantes e a Polícia Militar (PM), entre a manhã e início da tarde desta sexta-feira. Os policiais militares tiveram que usar bombas de efeito moral e balas de borracha para fazer os alunos liberarem a Avenida Antônio Carlos, em frente ao campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).



Por volta das 15h, o governador Fernando Pimentel lamentou o ocorrido durante o protesto na Avenida Antônio Carlos. “A propósito do lamentável fato ocorrido nesta manhã, no Campus da Pampulha UFMG, quero aqui ratificar o mais profundo respeito à liberdade de manifestação dentro dos princípios democráticos e dos ordenamentos legais, orientação que sempre pautou este governo”, afirmou. Em seguida, disse que os fatos serão apurados. “Os excessos de procedimento que porventura possam ter ocorrido nesse episódio serão devidamente apurados, com divulgação à sociedade”, completou.

 

No começo da noite, o governador se encontrou com integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e representantes dos manifestantes no Palácio da Liberdade. À tarde, o grupo que participou do ato denunciou as agressões nas comissões de Direitos Humanos e de Educação, Ciência e Tecnologia, do Legislativo. Integrantes da Comissão de Direitos Humanos aprovou requerimento para que se solicite ao governador, entre outras providências, a instauração de processo administrativo disciplinar para apurar os atos dos policiais envolvidos no conflito.

A reitoria da UFMG emitiu nota de repúdio contra a ação da Polícia Militar. A instituição considerou que a PM “interveio com excesso de força para dispersar membros da comunidade universitária – estudantes, professores e servidores técnico-administrativos – além de estudantes secundaristas”. “Durante a manifestação pacífica de membros da comunidade universitária e estudantes secundaristas contra a PEC 55/241, a Polícia Militar, invadindo o Campus da UFMG, agrediu manifestantes com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e colocou em risco a comunidade da Escola de Belas Artes e da Unidade de Ensino Infantil Ataíde Lisboa, que se encontram nas proximidades da portaria”, afirma a nota.

A UFMG informou que está tomando todas as providências para assistir os feridos. “Leal a sua história de compromisso com a sociedade, a UFMG reitera, nos termos da nota do Conselho Universitário, de 17 de novembro de 2016, o reconhecimento ao livre direito de manifestação e o repúdio a violações de direitos humanos e a quaisquer atos de violência contra membros da comunidade universitária e da sociedade”.

Confusão

O protesto teve início por volta das 9h na Estação Pampulha, do Move. Os manifestantes seguiram pela Avenida Antônio Carlos até a Barragem. Depois seguiram para a frente da UFMG, onde todas as pistas foram fechadas. Com faixas e cartazes, os estudantes protestaram contra a PEC 241/55, que foi aprovado pela Câmara e, agora, está sendo analisado pelo Senado. Um dos principais questionamentos é que, ao congelar os gastos públicos, o texto paralisa também os valores repassados às áreas de saúde e educação, além do aplicado em políticas sociais.

Por volta das 11h40, depois que o trânsito da Avenida Antônio Carlos ficou totalmente fechado em direção ao Centro de Belo Horizonte, policiais militares utilizaram a força para liberar a via. Os militares atiraram bombas de efeito moral. A ação foi filmada por algumas pessoas que passavam pelo local. Os manifestantes correram para dentro do campus. Segundo a PM, neste momento os policiais foram atingidos por pedras e paus. Por isso, tiveram que utilizar balas de borracha.

Segundo estudantes, a manifestação acontecia pacificamente quando começou o confronto. "Estávamos protestando na avenida e resolvemos entrar na UFMG. Foi quando a polícia começou a atirar bombas e balas de borracha nos estudantes", disse uma aluna que preferiu não ser identificada.

A PM tem versão diferente. Segundo o capitão Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PMMG, os estudantes ''decidiram fechar todas as vias da avenida Antônio Carlos. A PM negociou por horas a liberação do tráfego. Nós recebemos ligações no 190 de várias pessoas querendo se deslocar para hospitais e para outros lugares da cidade. Era preciso liberar pelo menos parte da via, o que não foi aquiescido pelos estudantes''.

Segundo o capitão, a obstrução da avenida levou então a PM a usar "instrumentos de menor potencial ofensivo. No primeiro momento, lançou três granadas de efeito moral para dispersão. Os estudantes correram para o campus, de onde começaram a arremessar pedras e paus contra viaturas e policiais, que tiveram que rechaçar essa reação com balas de borracha".

Finalmente, um grupo de manifestantes, entre eles alguns professores, segundo o capitão, aproximou-se dos policiais e, em nova negociação, decidiram se manter dentro do campus, sem prejuízo para o tráfego. O capitão fez questão de ressaltar que "a PM não é contrária a qualquer tipo de manifestação, mas é preciso um mínimo de garantia do direito de locomoção" dos cidadãos.




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