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Estado de Minas

Extorsões mediante sequestro sobem 39% em BH e assustam população

Abordagem a jovens no Santo Antônio e tentativa de rapto no Jardim Guanabara ligam o alerta para esse tipo de crime. PM está estudando rotas de fuga para interceptar bandidos


postado em 15/10/2016 06:00 / atualizado em 15/10/2016 07:30

O sequestro de duas amigas no Bairro Santo Antônio (veja vídeos), Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e a tentativa de rapto de um casal no Bairro Jardim Guanabara, Norte da capital, na noite de quinta-feira, chamam a atenção para uma modalidade de crime que assusta a população e registra aumento em 2016 na capital mineira.

Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que as ocorrências tipificadas como extorsão mediante sequestro aumentaram de janeiro a agosto de 2016 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 32 casos desse tipo este ano contra 23 no ano passado, alta de 39%. Já os registros de sequestro e cárcere privado se mantém estáveis em comparação com 2015: foram 47 nos oito primeiros meses do ano passado contra 46 no mesmo período de 2016 (veja quadro).

Na prática, a extorsão mediante sequestro significa tirar a liberdade de alguma pessoa com o objetivo de obter alguma vantagem. Foi o que ocorreu no início da noite de quinta-feira no Bairro Santo Antônio, quando duas amigas, de 24 e 26 anos, pararam na porta da casa do namorado de uma delas antes de seguir para um compromisso.



Dois homens abordaram o carro na Rua Carlos Gomes e obrigaram as jovens a passar para o banco de trás, onde foram agredidas e ameaçadas, até serem abandonadas na Região Leste de BH, cerca de três horas depois. Os ladrões fizeram saques bancários com cartões das vítimas e ainda levaram aparelhos celulares.

Porém, o registro do boletim de ocorrência traz o caso como sequestro, o que para a lei significa apenas tirar a liberdade de uma pessoa, cuja pena é menor. Segundo a Seds, o registro foi feito dessa forma porque sacar dinheiro não era o objetivo dos criminosos, conforme os relatos que constam na ocorrência. O caso será investigado pela Polícia Civil.

“Essas situações são muito complicadas e nos assustam porque dali para frente a gente não sabe o que pode acontecer. Diferentemente de um caso de roubo, que o ladrão pega o que quer e vai embora. Os bandidos poderiam estar drogados, a polícia poderia ter abordado e acontecido uma troca de tiros. A sensação agora é de alívio”, desabafa a mãe de uma das duas jovens sequestradas no Santo Antônio.

Segundo ela, que prefere não se identificar, as duas foram submetidas a uma série de ameaças, além de coronhadas. “A amiga da minha filha é mais alta e não conseguia ficar abaixada do jeito que eles queriam. Por isso, eles bateram nela mais vezes”, diz a mãe. Em um determinado momento, a dupla amarrou as duas dentro do carro e fugiu. Elas conseguiram tirar as cordas e encontraram a polícia nas imediações da Rua Niquelina, no Bairro Santa Efigênia.

TIRO O caso no Santo Antônio ocorreu às 18h40 e câmeras de segurança da Rua Carlos Gomes flagraram a ação criminosa. Quase cinco horas depois, já na Região Norte da capital mineira, uma ocorrência parecida por pouco não teve um desfecho trágico.

Um casal conversava dentro de um carro na Rua José Lima de Almeida, Bairro Jardim Guanabara, quando dois homens se aproximaram, um deles armado, e anunciaram o assalto. De acordo com a PM, eles ordenaram que o casal passasse para o banco de trás e tinham a intenção de levar os dois, mas a jovem de 18 anos e o namorado, de 24, que é militar do Corpo de Bombeiros, abriram a porta e fugiram.

Um dos criminosos atirou e acertou o ombro da jovem. Os estilhaços da bala atingiram o militar, que teve escoriações leves. Segundo a assessoria do Hospital Risoleta Neves, para onde a garota foi encaminhada, o quadro é estável e ela não corre riscos.

A Polícia Militar sustenta que está realizando operações em endereços considerados rotas de fuga de bandidos que roubam e abandonam carros em BH, além de fortalecer redes de comunicação com a população e reforçar o policiamento em áreas residenciais.

A corporção orienta as pessoas a manter a calma, caso sejam vítimas de sequestro, e principalmente a não reagir. Segundo o major Ricardo Martins de Almeida, chefe da Seção de Emprego Operacional da 1ª Região de Polícia Militar, a corporação está trabalhando na capital mineira para inibir esses tipos de ocorrência.

“Estamos traçando possíveis rotas de fuga para inserir as operações nesses locais. Temos pontos estratégicos com base na análise criminal dessas ocorrências”, afirma o major.

Ainda segundo o militar, a PM está buscando expandir as redes de vizinhos e comerciantes para fortalecer a vigilância da própria comunidade aos atos suspeitos de bandidos. “A participação da comunidade é muito importante para compartilhar as informações. Além disso, estamos reforçando o policiamento ostensivo nas áreas residenciais de BH”, completa o major.

Extorsão mediante
sequestro em BH


2016    32
2015    23
2014    42
2013    47
2012    49

Sequestro e cárcere
privado em BH


2016    46
2015    47
2014    44
2013    50
2012    66

*Todos os dados se referem ao período de janeiro a agosto

Fonte: Seds


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