De acordo com o delegado, Papini e os quatro suspeitos estavam na boate, mas só se encontraram do lado de fora. Depois da festa, o universitário passou na frente de uma lanchonete que fica na esquina. Os suspeitos se encontravam no estabelecimento e houve uma discussão. Eles seguiram o rapaz por cerca de 200 ou 300 metros.
Segundo o delegado, Thiago Mota Vaz Rodrigues, de 20 anos, chuta Papini. Logo em seguida, o vídeo mostra outros dois suspeitos, e Rafael Bicalho, de 19 anos, que também dá um chute no rapaz. Para o delegado, Thiago e Bicalho têm participação direta na agressão. Ele ainda acredita que houve participação de Hélio Alberto Borja, 19 anos, e Felipe Alvim Graissler, 18 anos, no caso, mas não está comprovado que eles agrediram o jovem. “Foi um encontro ao acaso. Ele estava sendo ameaçado antes, mas não foi premeditado”, explica.
Conduções cercitivas
Nesta segunda-feira, a Polícia Civil desencadeou a Operação Hangar, em que foram cumpridos três mandados de condução coercitiva e cinco de busca e apreensão contra envolvidos no espanchamento. Três mandados foram cumpridos no Belvedere e os outros dois na Rua Santa Catarina e na Avenida Getúlio Vargas, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Foram apreendidos dois celulares e roupas que podem ter vestígios de sangue.
De acordo com o delegado, anteriormente Rafael disse ter apenas dado um único chute em Henrique Papini. No entanto, ao ser ouvido hoje, ele admitiu que agrediu o rapaz mais vezes, com socos e chutes. Por sua vez, Hélio se reconheceu nas imagens, mas disse que não participou das agressões. Thiago também negou ter envolvimento, mas a polícia conseguiu imagens dele no dia seguinte mostrando que usava uma bota ortopédica. Para o delegado, a lesão pode ter sido causada pelas agressões. “Em depoimento, ele negou e disse que tinha uma lesão anterior”, explica Grossi. Felipe Alvim não foi ouvido porque está na França.
O segundo vídeo divulgado pela polícia mostra Papini sendo socorrido. “As lesões sofridas pelo Papini indicam que foram mais pessoas que o agrediram, não apenas uma. Mas ainda haverá um exame complementar”, disse o delegado Flávio Grossi. Ele informou que um exame do Instituto Médico Legal (IML) mostra que o estudante de medicina apresentava múltiplas escoriações pelo corpo, trauma de face, trauma no seio da face, estava sonolento e com trauma no crânio. Conforme o delegado, Thiago e Bicalho podem ser indiciados por tentativa de homicídio. O inquérito deve ser concluído nos próximos 15 dias.