(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Grupo de mineiros embarca para a Jordânia para ajudar refugiados da guerra

Moradores de Belo Horizonte viajam mês que vem. Objetivo é apoiar crianças e adultos em dificuldades em área de refugiados


postado em 30/08/2016 06:00 / atualizado em 30/08/2016 10:52

Izabela, Jônatan, Graça, Kátia, Maizel, Fabiane, Sandro e Anna vão passar duas semanas ajudando vítimas da guerra que assola o Oriente Médio(foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
Izabela, Jônatan, Graça, Kátia, Maizel, Fabiane, Sandro e Anna vão passar duas semanas ajudando vítimas da guerra que assola o Oriente Médio (foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
Serão longas horas de voo, conexões e escalas, países e paisagens. Mas nada preocupa o coração de um grupo de mineiros que seguirá, no próximo dia 28, rumo à Jordânia, no Oriente Médio, numa viagem humanitária para duas semanas intensas de ajuda a vítimas de guerra – famílias dilaceradas pelas bombas, sofridas pela perda do lar e sem muita esperança de futuro.

Depois do desembarque na capital Amã, os voluntários, incluindo uma adolescente, irão para a cidade de Fuhays, onde vivem refugiados sírios e iraquianos carentes não só do básico para uma vida digna como, principalmente, de solidariedade humana.

“No campo de refugiados, só podem entrar as pessoas credenciadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nós atuaremos no entorno, onde há cerca de 8 mil sírios e iraquianos, que foram obrigados a deixar seus países”, diz a pastora Kátia Vasconcelos Gonzalez, casada com um empresário, mãe de cinco filhos e entusiasmada com a viagem missionária.

Ela não teme eventuais perigos, que possam cruzar o caminho. “Medo é uma palavra que não conheço neste momento. Acho que vou amar tanto o lugar, que meu temor é não querer voltar”, brinca.

Na noite de domingo, o grupo formado por seis mulheres e quatro homens se reuniu no templo da Igreja Batista da Lagoinha no Bairro São Bento, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para mais uma reunião preparatória da jornada ao país que ninguém deles ainda visitou.

Kátia ressalta que todo o custo da viagem, incluindo passagem, hospedagem e alimentação, ficou a cargo de cada um. “É importante destacar que se trata de uma ação interdenominacional, o que significa não haver vínculo com uma igreja específica”, esclarece Kátia.

FONTE DE RENDA Na bagagem, a turma vai levar uma quantia destinada à compra de cestas básicas; remédios para uma clínica médico-odontológica já existente em Fuhays e montada pela organização internacional Missão de Apoio à Igreja Sofredora (Mais), que dará suporte aos mineiros; e material (massinha de modelagem, cadernos, abedecedário colorido etc.) para crianças de até seis anos da escolinha de refugiados, além de equipamentos para montar um salão de beleza para as mulheres.

O Mais já atuou em outras situações-limite e catástrofes em diversas regiões do planeta, como os terremotos que atingiram o Haiti em janeiro 2010 e o Nepal, em maio do ano passado.

“Vamos levar secador de cabelo, cremes, pentes, escovas e chapinha para alisar os fios. E também linhas, agulhas e tecidos para que as refugiadas façam crochê, bordados e outros trabalhos manuais. O objetivo é dar oportunidade a elas de ter uma fonte de renda, vendendo seus produtos para as moradoras das cidades vizinhas ou atendendo no salão”, afirma Kátia.

TRABALHO SOCIAL Embora não conheça o Oriente Médio, a pastora conta que a ajuda humanitária sempre esteve nos seus planos e projetos, tanto que esteve várias vezes em Cuba desenvolvendo trabalho social. “Essas viagens não têm nada de turismo", revela, lembrando que a vida no país caribenho melhorou um pouco ultimamente, daí a mudança de rota para a área de refugiados.

Nas reuniões preparatórias, o grupo vem estudando costumes locais para interagir melhor com os refugiados, a maioria formada por muçulmanos.

“Sei que não podemos tocar nas pessoas, olhar nos olhos ou rir alto, da mesma forma que homens e mulheres não podem conversar sozinhos. A cultura deve ser respeitada, então vamos usar xale, roupas compridas e com mangas cobrindo os braços. Penso que esta viagem será um divisor de águas na vida de todos nós”, acredita a coordenadora do grupo.

Para evitar surpresas com as altas temperaturas na região, os voluntários optaram pelo mês de outubro, quando o clima fica mais ameno na Jordânia.

Da caravana solidária farão parte o designer gráfico e fotógrafo Sandro Gonzalez, de 23 anos, filho de Kátia; a corretora de imóveis Graça Carvalho, com experiência em Cuba e pronta para comandar a oficina de trabalhos manuais; o casal Paulo Henrique Leal Soares, publicitário, e Fabiane Dias Lopes, médica; a estudante Marcela Albuquerque, de 17; a engenheira civil Izabela Ponzoni; os professores Maizel Rocha e Jônatan Ribeiro; e a blogueira Anna Barroso.

“Vamos levar carinho às pessoas e ensinar trabalhos manuais, para que as refugiadas tenham uma fonte de renda e saiam da depressão”, revela Graça com um sorriso de confiança. Izabela se diz em paz, revela que aceitou de imediato o convite para integrar o grupo e quer transformar os ensinamentos de Cristo em solidariedade.

Ela já participou da ação Varal Solidário, em BH, e esteve em Barra Longa, na Zona da Mata, ajudando na limpeza de casas atingidas, em 5 de novembro, pela lama da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central. “Muita gente me pergunta se estou com medo e respondo não: vamos levar o amor”, ressalta Izabela.

Com o coração aberto, a médica Fabiane está disposta a ajudar no que for preciso. “Energia positiva é fundamental”, conta, com simpatia. “Estou inteirada dos costumes e sei que não vou poder rir alto”, avisa com bom humor.

Mais experiente em viagens, pois já esteve na Índia e no Nepal, um mês depois do terremoto, Sandro lamenta a situação crítica vivida pelos refugiados, enquanto Anna se mostra feliz por levar a palavra de Deus.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)