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Estado de Minas

Depois de reclamações, acordo suspende música ao vivo no bairro União

Suspensão de apresentações de música ao vivo na Rua Alberto Cintra vai até o fim do mês. Medida é aprovada por vizinhos, mas divide comerciantes


postado em 13/08/2016 06:00 / atualizado em 13/08/2016 08:48

Shows foram cancelados e caixas de som foram levadas para interior dos estabelecimentos(foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Shows foram cancelados e caixas de som foram levadas para interior dos estabelecimentos (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Em meio a uma avalanche de reclamações de moradores por causa do excesso de barulho, um acordo entre donos de bares, representantes da administração municipal e comunidade resultou em pausa na música ao vivo com som alto na Rua Alberto Cintra, no Bairro União (Região Nordeste), um dos points da noite de Belo Horizonte.

A decisão vale até o dia 31, quando haverá nova reunião, e teve o aval da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG). “Esse período servirá para avaliar como vai ser a queda nas vendas, que vai existir. Também vamos avaliar qual foi o impacto disso no público para, então, no dia 31, reavaliar”, disse o diretor-executivo da Abrasel, Lucas Pêgo.

Na noite da quinta-feira, a reportagem do Estado de Minas retornou à rua, menos de um mês depois de vizinhos denunciarem abusos por parte de  alguns bares. Para moradores, uma “disputa” de som alto entre estabelecimento causava transtorno praticamente durante toda a semana. Desta vez, o volume era mais baixo. O som, mecânico ainda pode ser ouvido, mas no interior de alguns bares – caixas de som, agora só do lado de dentro.

Nas mesas do lado de fora dos bares, sem as caixas de som externas dos estabelecimentos vizinhos, apenas restou o barulho do bate-papo dos clientes. “Para mim, bar é local de bater papo e não música alta. Antes estava difícil de conversar aqui”, afirmou o engenheiro de sistemas Délio Leles, de 54 anos, em uma mesa com três amigos. Já o colega dele, o também engenheiro Ricardo Menezes, pediu equilíbrio. “A trilha sonora faz parte da vida e a música é necessária em qualquer ambiente. O que também não pode faltar é o equilíbrio, sem os exageros de uma disputa de quem coloca o som mais alto”, disse.

O bancário Luís Carlos Soares, de 45 anos, morador da área e frequentador dos bares e restaurantes, afirma que gosta do ambiente de música e da movimentação de público na rua. Há 27 anos ele mora no local e há cinco viu surgir a tendência para o comércio de entretenimento da Alberto Cintra. “A posição de meu apartamento me favorece em relação ao som alto. Mas, no meu prédio, muitos vizinhos têm problema com isso”, explicou Soares, que, porém, considera o acordo positivo.

Preocupação Comerciantes da rua estão divididos. Há quem defenda que o acordo pode ser benéfico, mas parte dos donos de bares lamenta a suspensão da música ao vivo. “O ambiente melhorou, mas há que se construir um acordo que não traga prejuízos. Com as apresentações ao vivo proibidas, tive que dispensar músicos que tocavam no meu bar somente nas tardes do domingo”, lamentou um empresário que preferiu não se identificar.

Por sua vez, Jamilda Neves Silva, gerente de um dos mais antigos restaurantes da Alberto Cintra, comemorou o fim do som alto. “Clientes que estava desaparecidos estão retornando. Estamos de volta aos tempos da boa convivência, com música ambiente, sem que ninguém saia no prejuízo”, avaliou. Segundo ela, o proprietário, que chegou anunciar a venda do restaurante, pensa em rever a permanência no ponto comercial.

Segundo o chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, capitão Flávio Santiago, a corporação aprova a busca de um acordo. “A melhor solução sempre é aquela que envolve as partes. A gente sempre vê com bons olhos quando a sociedade busca alternativas para solução dos seus conflitos de forma pacífica. Evidente que toda escolha feita tem benefícios e entregas”, disse.


Enquanto isso...

...Votação sobre Lei do silêncio é adiada


Foi suspensa nesta sexta-feira a votação de um dos mais polêmicos projetos de lei em atual tramitação na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). A proposta nº 751/2013 – que sugere a alteração da chamada Lei do Silêncio, de controle dos níveis de ruído na capital – prevê aumento para até 80dB (decibéis) no volume de atividades escolares, religiosas, bares e restaurantes até as 22h, de domingo à quinta-feira. Já na sexta-feira, sábados e feriados, a permissão seria para ainda mais tarde, até as 23h. O PL, que é de autoria dos vereadores Elvis Côrtes (PSDC) e Autair Gomes (PSC), que são pastores evangélicos, era o item 15 da pauta de votação prevista para sessão de 14h30 de ontem. Mas, por falta de quorum, a reunião plenária não ocorreu.O projeto tem muitas emendas, uma delas com permissão, inclusive, para 85dB.


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