(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Especialistas recorrem a mais informação para reverter queda de 7,1% em taxa de transplantes

Com número de doadores e procedimentos em queda no país e em Minas, médicos lutam para reiterar a segurança de cirurgias que podem significar vida nova para quem espera na fila


postado em 27/07/2016 06:00 / atualizado em 27/07/2016 07:50

Setor de transplantados em hospital de Belo Horizonte(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS - 16/03/2016)
Setor de transplantados em hospital de Belo Horizonte (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS - 16/03/2016)
Desmistificar problemas em torno da doação de órgãos e reiterar a segurança no diagnóstico da morte encefálica, que no Brasil só é confirmada depois da realização de exame médico complementar, podem ajudar a superar a crise que atinge doações e transplantes no país.

Números da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que, de janeiro a março, houve queda preocupante na comparação com 2015. A taxa de doador efetivo no ano passado foi de 14,1 transplantes por milhão de habitantes, enquanto a obtida no primeiro trimestre deste ano foi de 13,1, queda correspondente a 7,1%.

Em Minas, a queda atingiu 10,81%. De janeiro a junho deste ano, foram feitos 932 transplantes no estado, proporcionalmente menos em relação aos 1.045 realizados no mesmo período de 2015.


“Nos anos anteriores, o crescimento vinha sendo muito bom no setor. É possível que a crise econômica, o desemprego e as questões sociais tenham gerado uma atitude contrária aos atos de bondade”, afirma o presidente da ABTO, o nefrologista Roberto Manfro.

O diretor do MG Transplantes, Omar Lopes, concorda com o colega: “O Brasil está vivendo uma instabilidade grande. Ninguém acredita em mais nada. Acho que esse desânimo contribui para a recusa familiar”. Por isso, quando se trata de tornar-se doador, a manifestação clara da vontade de cada cidadão diante dos parentes pode ser a melhor estratégia para reverter o quadro.

Foi o que ocorreu na família do jovem Felipe Augusto Guirado. Desde os 14 anos, ele já conversava com a mãe sobre a sua preocupação em relação ao sofrimento das pessoas que esperavam na fila por um órgão. Em 17 de julho de 2004, com apenas 21 anos, ele sofreu um acidente de carro na Avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte. Chegou a ser socorrido no Hospital João XXIII, mas foi constatada sua morte encefálica.

“Os médicos me deram a notícia e me chamaram para conversar. Como meu filho já tinha pedido para ser doador, não tive dúvida alguma”, contou a bordadeira Rosimeire Guirado, hoje com 62 anos, que se tornou uma das ativistas de uma mobilização que interessa a mais de 3 mil pessoas que aguardavam na fila de espera por um órgão somente em Minas, considerados dados de dezembro de 2015.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)