Jornal Estado de Minas

Jornalista mineira presenciou ataque terrorista com caminhão na França

Uma jornalista de Belo Horizonte que está de férias com o marido na Europa presenciou o ataque terrorista que matou mais de 80 pessoas durante a comemoração do feriado da Queda da Bastilha em Nice. Débora Rosendahl, 28 anos, publicou depoimentos sobre o ocorrido em seus perfis no Facebook e Instagram e falou ao em.com.br na manhã desta sexta-feira. 

Atualmente, ela mora na Finlândia e o casal pretendia passar dois dias em Nice. “A gente sairia daqui hoje e a gente iria para Mônaco, mas não foi possível porque tem pouco taxi na rua, quase nenhum Uber”, diz. O casal vai deixar a cidade por terra com destino à Itália. Débora conta como está o clima na cidade após o atentado. Confira:



“Estávamos voltando pro hotel e de repente, do outro lado da rua em que a gente estava, vimos um caminhão em alta velocidade atropelando tudo e todos pela frente. A rua estava fechada nos dois sentidos e tinha muita, muita gente celebrando o dia de Bastilha. Foi desesperador.
É uma sensação horrível!”, contou Débora em uma postagem no Instagram, por volta das 20h de quinta-feira (horário de Brasília).

O atentado aconteceu por volta das 23h (hora local). Um homem armado avançou com um caminhão de 19 toneladas contra uma multidão que celebrava a Queda da Bastilha. Eele avançou por dois quilômetros, atingindo pessoas pelo caminho. Ele ainda chegou a atirar várias vezes contra a multidão, até ser abatido pela polícia. O motorista foi identificado como um franco-tunisiano de 31 anos, morador de Nice. Seus documentos foram encontrados no veículo.

No Facebook, Débora deu mais detalhes.
“Foi muito rápido. Vimos o caminhão jogar uma placa pro alto, em alta velocidade e começamos a correr. Todos correram desesperados e para o mais longe possível. Tudo aconteceu perto do nosso hotel. Graças a Deus conseguimos chegar em segurança”. Segundo ele, muitas famílias com crianças acompanhavam a festa.

Débora conta que ainda está muito assustada, chorou muito e conseguiu dormir somente na madrugada desta sexta-feira. “Nunca tinha passado pela minha cabeça.
A gente acha que nunca vai viver isso”, comenta. “Estou com medo de continuar aqui. Sensação de impotência total. Não estamos seguros em lugar no mundo, mas ficaremos mais tranquilos quando estivermos longe daqui”, finaliza.

Este é um dos atentados mais sangrentos cometidos na Europa nos últimos anos. Em 13 de novembro de 2015, suicidas do grupo extremista Estado Islâmico (EI) mataram 130 pessoas, 90 delas na casa de shows Bataclan, em Paris.

Antes destes atentados, a França já havia sido atingida pela violência terrorista nos ataques de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos e que foram seguidos por vários outros ataques e tentativas. (Com AFP) .