Ao mesmo tempo em que avalia os danos, a direção da Santa Casa corre para realocar setores que funcionavam no anexo, mas que, segundo o provedor do hospital, Saulo Coelho, não tinham relação com a prestação direta de serviços aos pacientes. “O incêndio não traz prejuízo direto ao atendimento”, garante Saulo. Segundo ele, foram impactados os setores da engenharia clínica (setor de manutenção de equipamentos, o centro de estudos e o Same, que é o local onde ficam guardados os prontuários médicos dos pacientes. “O primeiro setor já foi realocado no início desta manhã e os demais setores afetados devem mudar de lugar até o fim do dia”, explicou o superintendente de Assistência à Saúde da Santa Casa, Guilherme Riccio.
Ele pondera, no entanto, que registros de pesquisas podem ter sido perdidos, mas que estes não são irrecuperáveis. Ainda segundo o superintendente, R$ 5 mil foram gastos hoje com compras de emergência para o setor de engenharia clínica, para que o trabalho tivesse continuidade, tendo em vista que este é um setor muito ligado ao funcionamento do hospital. O levantamento da destruição ainda está sendo feito, mas já foi possível constatar que parte dos prontuários foi perdida com o fogo. Mas, segundo Guilherme, parte dos documentos já está digitalizada e, por isso, o impacto não será ainda maior.
PREJUÍZO Em avaliação prévia dos estragos, a Santa Casa já contabilizou prejuízo de R$ 1 milhão. A perda se refere a 12 respiradores da Central de Tratamento Intensivo (CTI), que estavam na engenharia clínica para manutenção. Os aparelhos representam 6% do total de 200 equipamentos deste tipo existentes no hospital. Apesar do prejuízo financeiro, o provedor garante que o dano não vai paralisar nenhuma atividade hospitalar.“O prejuízo é alto. Andamos na linha do deficit e agora temo esse desafio ainda maior”, destacou Saulo, que já anuncia uma campanha junto à comunidade com o objetivo de arrecadar fundos para recuperação do imóvel incendiado. A Polícia Civil permanece no local fazendo a perícia na tentativa de identificar as causas que provocaram as fortes chamas no prédio. O anexo é um imóvel histórico na capital, construído na década de 1920.
Na avaliação de riscos feita hoje pela Defesa Civil não foram constatados indícios de instabilidade no prédio, garantiu o engenheiro do órgão Eduardo Pedersoli. Embora o cenário seja de ruínas, ele lembra que, por se tratar de uma construção antiga, as paredes são robustas e a estrutura não sofreu danos. O prédio, no entanto, continua interditado para uso, mas será liberado para que funcionários do setor de engenharia façam a recuperação necessária para restabelecer os trabalhos. "Nossa avaliação mostra que não é necessário demolir. Essa será uma decisão da Santa Casa", ponderou.