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Estado de Minas

Corrida para imunização deixa população sem vacina contra a gripe

Prefeitura de Belo Horizonte afirma que houve mudança no comportamento, com alta procura no início da campanha, mas garante reposição do estoque


postado em 04/05/2016 06:00 / atualizado em 04/05/2016 07:29

A protética Ana Gabriela procurou ontem a vacina, já que tem contato com sangue e saliva em seu local de trabalho, mas não encontrou a dose(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
A protética Ana Gabriela procurou ontem a vacina, já que tem contato com sangue e saliva em seu local de trabalho, mas não encontrou a dose (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
Enquanto os números da gripe continuam a assustar em Belo Horizonte, as vacinas simplesmente desapareceram nos Centros de Saúde da rede municipal como já vinha ocorrendo nos laboratórios e clínicas particulares antes do início da campanha de vacinação do Ministério da Saúde. Até quinta-feira da semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde já havia notificado 429 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), que exigiram que os pacientes fossem hospitalizados. Quatro deles não resistiram e morreram por influenza A, dos quais dois positivos para H1N1 e dois por vírus influenza A não subtipado. Os números de Srag já superam o total de todo o ano passado na capital mineira, que fechou com 309 casos.


A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que, devido à intensa procura, alguns centros de Saúde estão sem doses da vacina contra a gripe. “O Ministério da Saúde repassa as vacinas de forma escalonada. Até o momento, a capital já recebeu 80% das doses. Amanhã, a Secretaria Municipal de Saúde vai receber mais de 80 mil doses de vacina”, informou a PBH.

A protética Ana Gabriela de Queiroz Ribeiro, de 40 anos, está desesperada. Mesmo usando luvas e máscaras para tirar o molde dentário dos pacientes, ela tem medo de contrair a gripe. Ontem, procurou o Centro de Saúde Santa Rita de Cássia, no bairro onde mora, o São Pedro, Região Centro-Sul, e longo na entrada foi surpreendida por um cartaz avisando da falta de vacina. “Procurei saber quando eu posso voltar. Disseram que só na sexta-feira vai ter (a imunização). É muito tempo. Não podemos correr esse risco. A irmã de uma colega de escola e a prima de uma colega de trabalho morreram de H1N1”, contou Ana Gabriela.

Segundo a protética, o gerente da sua empresa onde trabalha procurou o Conselho Regional de Odontologia para se informar sobre um possível atendimento prioritário para seus funcionários nos centros de saúde, diante dos riscos que eles correm no exercício da profissão, mas a resposta foi negativa. “Faço parte do Conselho Regional de Odontologia, embora protética. Assim como os dentistas, temos contato com a saliva e o sangue dos pacientes na hora da moldagem. É uma área totalmente de risco”, alerta Ana Gabriela, lembrando que todos os funcionários da saúde têm prioridade na vacinação contra a gripe.

“No ano passado, eu apresentei meu CRO no posto de saúde e fui prontamente atendida. Este ano, avisaram para o meu gerente que a classe protética não tem direito à vacina gratuitamente. Alegaram que a gente não faz parte da área médica”, reclama Ana Gabriela. “Estou apavorada. Sem falar que o perigo não é só o H1N1. Qualquer gripe agora está mais forte e a gente perde, no mínimo, uma semana de trabalho quando fica doente. Sexta-feira, vou chegar cedo ao posto de saúde e espero ser vacinada. Eles têm que dar um jeito”, disse.

Quem recorre aos laboratórios particulares, onde o medicamento é pago, também não encontra a vacina contra a gripe. De acordo com a assessoria de imprensa do Hermes Pardini, há cerca de 10 dias os fornecedores não entregam os imunizadores, pois não dão conta de atender a demanda.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que antecipou em cinco dias o início da campanha de vacinação em Belo Horizonte. A data inicial, segundo orientação do Ministério da Saúde, era 30 de abril e BH começou a vacinar no dia 25. “Diferentemente de anos anteriores, na primeira semana houve grande procura pela vacina. Em sete dias, já foram imunizados cerca de 70% do público-alvo”, disse a PBH. A previsão é de vacinar 669 mil pessoas na capital. A campanha de vacinação contra influenza vai até 20 de maio. “O público-alvo preconizado pelo Ministério da Saúde é formado por idosos a partir dos 60 anos, crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), trabalhadores de saúde, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, indígenas, população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional”, informou a prefeitura.

Casos de dengue


Os casos prováveis de dengue em Minas já chegam a 402.189, de acordo com balanço divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde. Em quatro meses, já são 206.053 a mais do que foi registrado em todo o ano passado, que fechou dezembro com 196.136. Os números deste ano incluem os casos confirmados e os em apuração, conforme norma estabelecida pelo estado, que atende a uma padronização do Ministério da Saúde. Comparando as tabelas mês a mês desde 2012 é possível observar uma tendência de maior concentração da doença entre os meses de março e abril. No entanto, em 2016 esse aumento foi antecipado para fevereiro, que teve 141.979 casos. Este ano, 71 pessoas já perderam a vida vítimas da dengue. A maioria das mortes foi em Belo Horizonte, Região Central, e Juiz de Fora, na Zona da Mata. Na capital mineira, já são 104.682 casos notificados de dengue, dos quais 44.176 confirmados e 60.506 investigados, com 16 mortes.



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