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Estado de Minas

Em Ubá, confirmação do primeiro caso de zika leva prefeitura a intensificar vistorias

Desde dezembro, a prefeitura faz a pulverização com o uso de fumacê e bomba costal. Moradores também saem à procura do Aedes aegypti.


postado em 16/01/2016 06:00 / atualizado em 16/01/2016 07:59

Em BH, a meta é combater os focos do mosquito, especialmente nos lotes cheios de entulho, ambiente propício para reprodução do inseto(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press - 11/12/15)
Em BH, a meta é combater os focos do mosquito, especialmente nos lotes cheios de entulho, ambiente propício para reprodução do inseto (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press - 11/12/15)

A confirmação do primeiro caso de zika vírus em Ubá, na Zona da Mata, aumentou a preocupação das autoridades sanitárias e deixou apreensiva a população da cidade. “Minas não seria uma ilha, diferente dos outros 22 estados em que houve o registro da circulação do vírus”, disse o secretário de saúde de Ubá, Cláudio Ponciano. No município de 110 mil habitantes, a secretaria mobilizou 150 agentes de saúde e de endemia para visitar 52 mil locais, no combate intensivo aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor do zika, da dengue e da febre chikungunya. “A nossa meta é visitar a totalidade das residências até o final de janeiro”, disse o secretário. Desde dezembro, a prefeitura faz a pulverização com o uso de fumacê e bomba costal.

Morador de Ubá, o balconista Claiton Nogueira Martins, de 33 anos, ficou ainda mais assustado depois que soube do registro da circulação do zika vírus no município. Ele teme principalmente pela mulher, Rosângela, e o filho, Yuri. “A gente fica muito preocupado e redobra os cuidados.” O mesmo ocorreu com a auxiliar de produção Laís Mara Domingos Gomes, de 18, que defende ação mais enérgica para o combate ao mosquito. “A polícia deveria ser chamada para as pessoas que não autorizam a entrada dos agentes de saúde em suas casas”, diz a jovem que mora com o marido e o filho no Bairro Pires da Luz. Depois da confirmação do caso, ela aumentou as vistorias em sua casa, procurando possíveis focos do mosquito.

De acordo com o secretário de saúde, estão em andamento 40 processos administrativos contra pessoas que foram notificadas por não combaterem a proliferação do mosquito. Se, ao final do processo, os criadouros do Aedes aegypti detectados nesses imóveis não estiverem erradicados, a prefeitura poderá multar os proprietários. O município segue as determinações do Código Sanitário do Estado que prevê multas que variam de R$ 500 a R$ 35 mil.“A ideia não é culpar a população, mas levá-la a se comprometer e entender que o problema não está na casa do vizinho”, destaca Cláudio Ponciano. Uma lei municipal também garante que os agentes de saúde e endemia possam entrar nas residências para averiguar se há a presença do mosquito.

No último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), divulgado em outubro, o nível de infestação pelo mosquito era de 3,7% em Ubá – o que coloca o município em estado de alerta. Na avaliação do secretário, o aumento se deve ao período de estiagem no ano passado, quando a população teve de estocar água, meio onde o mosquito se reproduz. “As pessoas que tinham uma caixa d’água passaram a ter duas, colocavam tonéis, tudo para fazer a reservação da água.”

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 55 casos de zika vírus foram notificados em Minas, de acordo com o Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. Desses, dois foram confirmados, 36 descartados e 17 permanecem em investigação.

PARCERIA O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estêvão Urbano Silva, ressalta a importância da parceria entre a população e o poder público para diminuir o risco real de uma epidemia. O especialista ressalta que não há medidas mágicas para impedir o avanço do Aedes aegypti. “Não tem que fazer nada além do que já foi amplamente falado no combate ao mosquito. Vistoriar os locais para eliminar os criadouros”, disse. Ele lembra que a vacinação em massa da população também contribuiria para redução nos casos de dengue. No final do ano passado, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da primeira vacina contra a dengue no país. Para ele, outro problema é o custo dos exames laboratoriais para diagnosticar o zika vírus, só feitos pela Fundação Osvaldo Cruz.

Teste rápido para detectar doenças

O governo federal pretende começar a distribuir em fevereiro kits de teste rápido para dengue, zika vírus e febre chikungunya. A informação é do ministro da Saúde, Marcelo Castro. Segundo o ministro, será possível saber na hora, a partir do exame de uma amostra de sangue, se a pessoa está com uma das três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O teste será distribuído para a rede pública de saúde. O produto foi desenvolvido pelo Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz.

Os números da dengue na capital

Belo Horizonte registrou no ano passado 16.119 casos de dengue, de acordo com dados divulgados ontem pela Secretaria Municipal de Saúde. Além dos casos já confirmados, mais 2.550 ainda estão sendo examinados. Desde o balanço anterior, mais 185 casos foram confirmados. Em 2016, por causa da demora na conferência dos resultados, ainda não há casos confirmados da doença na capital mineira. Não foram registradas mortes decorrentes da dengue na cidade.

A Regional Norte continua liderando o número de casos da doença, com 3.088 ocorrências. Seguem-se as regionais Noroeste (2.932), Barreiro (2.834), Nordeste (1.673), Oeste (1.443), Pampulha (1.250), Venda Nova (1.198) e Leste (1.059). A Regional Centro-Sul tem 619 casos confirmados.

NO BRASIL
Em 2015, foram registrados 1.649.008 casos prováveis de dengue em todo o país, com 863 mortes. De acordo com os números divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, o Sudeste concentra o maior número de registros da doença com 62,2% (1.026.226) dos casos do país, seguido pelas regiões Nordeste, com 18,9% (311.519), Centro-Oeste, com 13,4% (220.966), Sul, com 3,4% (56.187) e Norte, com 2,1% (34.110).

Minas Gerais, de acordo com o Ministério da Saúde, teve 189.378 casos prováveis da doença em 2015, com 69 mortes registradas.

 


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