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Estado de Minas

Lama arrasta peças sacras de Bento Rodrigues por 120 quilômetros

Três fragmentos de altar e uma escultura de madeira sem cabeça, aparentando ser São Benedito, foram localizados na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves. Área de atuação dos arqueólogos pode ser ampliada


postado em 09/12/2015 17:50 / atualizado em 09/12/2015 21:31

Pia batismal da Capela de São Bento foi encoberta pela lama(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Pia batismal da Capela de São Bento foi encoberta pela lama (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Arqueólogos recuperam mais quatro peças sacras da antiga Capela de São Bento, destruída pela lama da barragem de resíduos de minério que se rompeu em 5 de novembro no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Região Central de Minas. Já são oito peças recuperadas na área encoberta pela lama. A Capela de São Bento teve sua construção iniciada em 1718.

Três fragmentos de altar e uma escultura de madeira sem cabeça, aparentando ser São Benedito, foram localizados na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, que fica a 120 quilômetros de Bento Rodrigues. Segundo o coordenador da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, o carreamento dos bens por mais de 120 quilômetros rio abaixo causa perplexidade e exigirá a ampliação da área de atuação dos arqueólogos.

A equipe de arqueólogos foi contratada depois de um compromisso firmado em 30 de novembro entre o Ministério Público Estadual (MPE) e a Mineradora Samarco, dona da barragem que se rompeu. A empresa se comprometeu a estabelecer medidas para mitigar os danos causados ao patrimônio cultural da região.

No dia 3, foram resgatados dois fragmentos da almofada da porta central da igreja, fragmento de escultura de um dos altares, com representação de um anjo barroco, e fragmento de um banco. As peças foram catalogadas e enviadas para a reserva técnica do Museu da Arquidiocese de Mariana, onde permanecerão provisoriamente.

Para Marcos Paulo, o resgate de oito peças que integravam o templo construído em 1718 na primeira semana de buscas é muito importante, pois sinaliza a potencialidade de que muitas outras sejam encontradas e possam ser reintegradas ao patrimônio cultural de Minas Gerais.
Segundo o promotor, foi feito um registro detalhado do que havia no interior da capela. “Vamos exigir da Samarco a busca, a restauração e a devolução de todo o acervo. Isso deve ser de interesse da própria empresa, pois o que não for encontrado será objeto de cobrança, pelo MPMG, de indenização por danos materiais e morais coletivos”, afirmou o representante do Ministério Público.

As ruínas da Capela de São Bento, a Capela de Nossa Senhora das Mercês e a Igreja de Santo Antônio de Paracatu de Baixo já estão cercadas pela Samarco com tapumes, conforme determina o termo de compromissão assinado. “Ainda esta semana uma equipe de restauradores contratada pela Samarco fará visita a todos os povoados para diagnosticar o estado de conservação dos templos e propor as medidas de restauro”, informou o MPE.


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