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Estado de Minas

Especialistas cobram medidas contra o zika vírus em Minas Gerais

Infectologistas defendem monitoramento contínuo para verificar a possível circulação do zika no estado e investigam se vírus tem relação com os 11 casos de microcefalia em Minas


postado em 05/12/2015 06:00 / atualizado em 05/12/2015 07:47

Grávidas estão assustadas com os casos da doença em Minas: já o Ministério da Saúde alterou medida do perímetro cefálico, de 33cm para 32cm, para identificar bebês suspeitos(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Grávidas estão assustadas com os casos da doença em Minas: já o Ministério da Saúde alterou medida do perímetro cefálico, de 33cm para 32cm, para identificar bebês suspeitos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A falta de confirmação da relação entre os 11 casos de microcefalia em bebês recém-nascidos, registrados em Minas desde 11 de novembro, e o zika vírus preocupa especialistas. “O desconhecido gera o pânico”, afirmou o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia Estêvão Urbano. Ele defendeu a necessidade de monitoramento contínuo para identificar a possível chegada do vírus ao estado, informação que pode ser dada a partir do resultado dos exames de sangue nos casos suspeitos. Nessa sexta-feira, o Ministério da Saúde alterou a medida para a triagem e identificação de bebês possíveis portadores de microcefalia. A medida da cabeça (perímetro cefálico) passou de 33 centímetros para 32. Os 11 casos estão sendo monitorados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).

O infectologista considera que com essa medida o Ministério da Saúde torna o diagnóstico mais rigoroso, mas para que o vírus não possa avançar, defende a ampliação das ações do serviço público para conter os criatórios do Aedes aegypti. O mosquito é vetor do zika vírus, da dengue e da chikungunya. Na avaliação do infectologista, há todas as condições para que casos de contaminação com o zika vírus avancem para outras regiões do Brasil, e não apenas no Nordeste, onde foi verificada alta incidência e surtos de casos neste mês. Outra razão para que o vírus possa circular nacionalmente é o trânsito das pessoas entre os estados.

A preocupação de que o vírus possa chegar ao estado se deve à proliferação do Aedes em Minas. “Ano passado e este ano, o grande número de casos de dengue é indicador indireto que as ações de prevenção precisam ser aumentadas”, afirma Estêvão. Ele sugere que as pessoas, em especial as grávidas, devem evitar viajar para locais onde o vírus circula. De acordo com dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), até novembro deste ano foram confirmados 145.371 casos de dengue clássica no estado, três vezes mais que em 2014, quando foram 49.360 casos.

De acordo com o ministério, a mudança da medida do perímetro cefálico está em acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e consta do Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo zika vírus. Em nota, o órgão afirmou que o primeiro parâmetro foi adotado diante do aumento inesperado e inusitado dos casos de microcefalia em recém-nascidos, atribuído ao zika vírus. “A iniciativa teve como objetivo incluir um número maior de bebês na investigação, visando uma melhor compreensão da situação.”

O neonatologista e coordenador do curso de urgência e emergência da Sociedade Mineira de Pediatria, Leonardo Mourão, lembrou que a medida não pode ser considerada o único critério para diagnosticar casos de microcefalia. É muito frequente casos de bebês pequenos considerados pequenos para idade gestacional. Nesses casos, todas as medidas corporais serão menores. “O tamanho menor pode ser gerado por déficit nutricional, quando a placenta não alimenta de forma adequada. Normalmente, a criança não tem problema”, afirma. A maioria das crianças de uma gestação de nove meses possuem o perímetro cefálico de 33cm e podem ser verificadas variações para menos, dependendo das características étnicas e genéticas da população.

CIRCULAÇÃO Até o dia 28, o Ministério da Saúde havia recebido 1.248 notificações de casos suspeitos em 311 municípios de 13 estados e no Distrito Federal. Em Minas, está sendo estudada a relação do zika vírus com 11 casos notificados e essas ocorrências não constam no balanço do órgão. “Os casos que nós estamos investigando são os confirmados de microcefalia. O que estamos investigando é qual evento causou a microcefalia, se foi um processo infeccioso, uso de substâncias químicas ou um processo genético”, afirmou o superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado da Saúde, Rodrigo Said. De acordo com o Ministério da Saúde, a nova medida visa agilizar os procedimentos clínicos, sem descuidar dos bebês que fizeram parte da primeira lista de casos notificados.

A Secretaria de Saúde afirmou que, em Minas Gerais, não foram confirmados casos de microcefalia associados ao zika vírus e que não há, até o momento, circulação do vírus no estado.


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