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Estado de Minas

Manifestantes participam de marcha mundial pelo clima em BH

Protesto deixa de citar desastre ocorrido há menos de um mês, com o rompimento da barragem, em Mariana


postado em 29/11/2015 15:06 / atualizado em 29/11/2015 15:28

Com cartazes em favor da doação de água, dos ursos polares e de Salve a Amazônia, os manifestantes saíram em caminhada da Praça Sete(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Com cartazes em favor da doação de água, dos ursos polares e de Salve a Amazônia, os manifestantes saíram em caminhada da Praça Sete (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Cerca de 100 pessoas participaram no início da tarde deste domingo, em Belo Horizonte, de uma marcha mundial pelo clima, que está mobilizando ontem e hoje mais de 1,5 mil cidades em mais de 40 países, em uma prévia da Conferência do Clima (Cop 21) das Nações Unidas, que começa nesta segunda-feira em Paris, na França. Com cartazes em favor da doação de água, dos ursos polares e de Salve a Amazônia, os manifestantes coordenados pelo Greenpeace, Partido Verde e Avaaz saíram em caminhada da Praça Sete, na região Central de BH, em direção à Praça da Liberdade. “Perdemos um rio inteiro em Mariana e não estou vendo uma faixa fazendo menção à tragédia”, protestou a psicanalista Mercedes Merry, com lágrimas nos olhos.

Para a psicanalista, os movimentos em defesa do meio ambiente estão muito dispersos no país. “O mínimo que se esperava é que o Greenpeace colocasse uma faixa gigante no Vale do Rio Doce ou organizasse uma caminhada de dois dias até Mariana”, sugeriu ela, que acabou fabricando a mão um cartaz contra a mineradora causadora da maior catástrofe ambiental já ocorrida no país, que provocou 11 mortes e 13 desaparecidos, com um derramamento de 25 mil piscinas olímpicas de lama no rio Doce, matando fauna e flora em função dos rejeitos de minério.

O solitário protesto de Merry dividiu a opinião dos outros participantes da caminhada, que repetiam as palavras de ordem como “proteção ao clima não conhece fronteiras” e “sem água para beber” ou “em defesa dos povos indígenas”. “Existe um movimento no mundo que está discutindo o aquecimento global. Não dá para falar de tudo, é preciso focar para ter resultado. Mariana está chamando a atenção porque é um caso agudo”, defende Alfredo Ramos de Oliveira, de 68 anos.

“Discordo. Mariana é um sintoma do mau uso dos recursos que provocou a morte de ecossistemas, agriculturas, pesca e pessoas”, comparou Lídia Maria de Andrade. Para ela, de todo modo a manifestação se tornava inócua por reunir menos de 100 pessoas no domingo em BH, mesmo depois da ocorrência de uma tragédia, diferente do que ocorreu na maioria das outras cidades, onde a adesão foi maior.

Rafaela Araújo, de 25, voluntária do Greenpeace há cinco, afirma que a organização está gravando um documentário independente no leito do Rio Doce desde os primeiros dias do desastre do rompimento da Barragem do Fundão. "Mas é preciso pressionar pelas questões climáticas na ocasião da Cop-21, previsto como o último encontro de representantes desta década. Não podemos desistir da luta, até porque este é o único planeta que temos", completa.


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