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Estado de Minas

"Meu medo é de viver um eterno luto", desabafa filho de aposentada desaparecida em Mariana

O professor Wanderley Lucas, filho de Maria Eliza Lucas, tem esperança que o corpo de mulher encontrado sexta-feira seja da sua mãe e forneceu material para exame de DNA


postado em 26/11/2015 11:23 / atualizado em 26/11/2015 12:26

Parentes da aposentada Maria Eliza Lucas, de 60 anos, uma das pessoas desaparecidas na tragédia em Mariana, aguardam o resultado do exame de DNA que vai dizer se o corpo encontrado na última sexta-feira é realmente dela. Ao todo, são 11 pessoas que continuam desaparecidas, sendo oito funcionários da Mineradora Samarco e três pessoas que estavam nas localidades atingidas pela lama. Oito corpos já foram identificados e cinco continuam sem identificação.

O filho de Maria Eliza, o professor Wanderley Lucas Filho, de 38, espera que um dos corpos não identificados seja da sua mãe. “São duas mulheres desaparecidas e o corpo encontrado na sexta-feira é de uma mulher. Devido ao estado do corpo, a identificação somente poderá ser feita pela DNA e eu já forneci material genético para o exame”, disse o professor, que mora em Contagem e aguarda por notícias da mãe em Mariana.

Maria Eliza, segundo o filho, morava em Contagem, na Grande Belo Horizonte, e tinha ido pescar na localidade de Bento Rodrigues. “Ela estava com uma tia nossa, que mora em Mariana, e que viu quando a lama levava a minha mãe embora”, disse o professor, que decidiu somente sair de Mariana quando for para sepultar o corpo da mãe. “O tempo vai passando e em alguns momentos a gente tem que buscar força em Deus”, disse o professor.

Wanderley conta que esteve pela última vez com a mãe no sábado que antecedeu a tragédia. “Era o aniversário dela e ela viajou na terça-feira seguinte. A última lembrança que tenho dela é de muita alegria”, comentou.

O professor conta que o seu maior desejo agora é ter um corpo para velar, pois viver na incerteza é muito angustiante, segundo ele. Assim como ele, mães, irmãos, mulheres e filhos dos desaparecidos compartilham um único medo: o de não ter um corpo para velar, não prestar as últimas homenagens aos parentes que já consideram mortos, e viver um eterno luto.


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