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Estado de Minas

População exige mais rigor contra aumento dos roubos em BH

Sensação de insegurança é comum em diversas regiões da capital, onde as ocorrências de roubo avançaram mais de 19% nos 10 primeiros meses de 2015.


postado em 26/11/2015 06:00 / atualizado em 26/11/2015 09:02

Moradores de uma casa na Avenida Agulhas Negras, no Mangabeiras, deixaram o imóvel após tentativa de assalto e recado para os bandidos(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Moradores de uma casa na Avenida Agulhas Negras, no Mangabeiras, deixaram o imóvel após tentativa de assalto e recado para os bandidos (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Moradores de diversos bairros da capital cobram mais segurança diante do aumento dos casos de roubo. Balanço da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) aponta que nos primeiros 10 meses deste ano esta modalidade de crime cresceu 19,5% em comparação com igual período de 2014. A sensação de insegurança é comum em várias regiões, como no Mangabeiras, Centro-Sul de Belo Horizonte, onde fica a residência oficial do governo estadual, que somente no domingo registrou três ocorrências, um arrombamento de casa e um de carro, além do roubo de um veículo.

 

As lideranças comunitárias reconhecem o esforço policial, embora critiquem a falta de estrutura, e destacam a impunidade como o maior agravante. “Estão enxugando gelo. Prendem hoje e amanhã o criminoso está na rua. As pessoas de bem é que estão presas em suas casas e comércios”, protestou Geralda Oliveira, presidente da Associação Comunitária do Guarani, Norte de BH.

De acordo com estatística divulgada pela Seds, de janeiro a outubro deste ano, foram 34.436 ocorrências de roubo consumado, ante 28.816 registros em igual intervalo de 2014. No estado, a alta chegou a 20,58% em comparativo de igual período: foram 92.808 casos em 2015 contra 76.968 do ano passado. O aumento dessa modalidade, que representa quase 90% do total de crimes, puxou para cima os números de ocorrências violentas.

Para o presidente da Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras, Alberto Dávila, os investimentos em segurança privada têm contribuído para redução das ocorrências. Somado a isso, ele destaca a atuação do setor público. “Temos um trabalho de integração com a Polícia Militar, com bons resultados. Posso dizer que 90% de nossas chamadas no Mangabeiras são prontamente atendidas”, disse.

Porém, no domingo, criminosos conseguiram burlar o esquema de segurança de um imóvel na Avenida José Patrocínio Pontes e levaram três armas de fogo, 6 mil euros (R$ 23,5 mil), um iPad, entre outros objetos. Na madrugada, quando teria ocorrido o arrombamento da casa, cinco ladrões renderam um grupo de jovens e roubaram o carro em que estavam na Praça do Papa. À noite, foi a vez de uma mulher ter o vidro de seu Renault Duster quebrado por bandidos, que levaram objetos de valor, na Avenida Bandeirantes.

No fim do mês passado, uma família que morava na Avenida Agulhas Negras, no Mangabeiras, se mudou e colocou uma faixa em frente ao casarão, com os seguintes dizeres: “Devido à tentativa de assalto, mudamos e limpamos a casa de todo e qualquer valor”. Os moradores chegaram a contratar os serviços de uma firma de segurança e também contavam com cachorros da raça pitbull para tentar intimidar os criminosos.

REFORÇO Apesar das últimas ocorrências,  o tenente-coronel Eucles Figueiredo, comandante do 22º Batalhão da PM, que responde pela Região Centro-Sul,  vê uma redução dos registros de crimes contra o patrimônio no Mangabeiras e promete reforçar o policiamento com a operação natalina e ações estratégicas desempenhadas a partir das informações da comunidade, por meio de projetos como as redes de vizinho e comerciante.“Estatísticas, com números decrescentes, não invalidam o sentimento de quem sofreu o roubo”, afirmou Figueiredo. Segundo o militar, o número de policiais já está sendo reforçado.

Já o presidente da Associação da Praça Marília de Dirceu e Adjacências (Amalou), Jeferson Rios, denuncia que em Lourdes os roubos aumentaram de um a dois por mês para dois a três por semana. “Os criminosos são presos e, três meses depois, estão soltos. A impunidade é a responsável pelo crescente números de roubos. Executivo, com criação de vagas no sistema prisional, e Legislativo, com uma lei rigorosa, é a única maneira de reverter essa situação”, sugere Rios.

O técnico em segurança Waldemiro Soares Duarte, presidente do Conselho Comunitário do São Marcos, Nordeste da capital, também vê na impunidade um agravante. “É urgente alterar as leis e promover reformas nos sistemas judiciário e prisional. É fato que 90% dos criminosos presos em flagrante são reincidentes”, pontuou. Fernando Viterbo, presidente eleito da Associação de Moradores do Glória, Noroeste, chama atenção para os problemas estruturais da polícia. “Aqui, no policiamento comunitário, contamos com uma viatura para atender os bairros Glória, Pindorama, Coqueiros e Filadélfia. Não temos uma base fixa da PM”, criticou.


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