Morreu no final da noite desse domingo (22/11) o violonista mineiro Mozart Secundino, de 92 anos, veterano do choro em Belo Horizonte e colecionador de amigos e parceiros musicais de todas as idades. Vítima de parada cardíaca, ele estava na casa em que morava, no bairro Saudade, região Leste da cidade. O enterro será nesta segunda-feira (23/11), às 17h, no cemitério Bosque da Esperança. Deixa dois filhos e quatro netos.
No currículo, apresentações com vários grupos da cidade, como Siricotico, Corta Jaca, Piolho de Cobra e Pedacinhos do Céu, além de instrumentistas como o cavaquinista Waldir Silva. Integrou o regional da Rádio Guarani e o grupo Diamantina em Serenata, tendo acompanhado nomes como os cantores Orlando Silva, Clara Nunes, Sílvio Caldas e Nelson Gonçalves. Secundino não chegou a gravar disco próprio.
Nascido em Bandeirinha, distrito de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Secundino trabalhou desde criança. Já na capital mineira, entregou marmita em pensões, carregou compras no Mercado Central (onde também foi vendedor) e foi sócio de táxi. Seu último emprego foi como vendedor de doces. Paralelamente, manteve a atividade musical durante todo esse tempo.
O Bar do Salomão, na Serra, foi o último reduto de Secundino. Se apresentava por lá regularmente – até semana passada, a propósito. De lá, gostava de continuar a noite n'A Casa, no Santa Efigênia, para ouvir o grupo DelegasCia, do também violonista Thiago Delegado. Tornou-se queridinho dos chorões da nova geração da cidade e chegou a manter duo de violão com Artur Pádua, 70 anos mais jovem.
O laço com os mais novos tornou-se tão forte que a vida do músico virou tema de documentário. Dirigido por Amanda Gomes e Daniela Meira, Simplicidade – Mozart Secundino de Oliveira estreou em fevereiro no Sesc Palladium e teve outras exibições na cidade. O filme foi viabilizado por meio de campanha de financiamento coletivo pela internet.