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Estado de Minas

Mais famílias de Bento Rodrigues deixam hotéis e vão para casas alugadas em Mariana

Mas sonho de quem perdeu tudo na lama da barragem de Fundão é ver o povoado reconstruído e retomar a vida ao lado dos amigos


postado em 17/11/2015 08:40 / atualizado em 17/11/2015 10:16

Diante de tanta novidade, a pequena Vanessa Vitória Arcanjo não sabia se enfileirava as bonecas, organizava os jogos de tabuleiro ou se pedia ajuda ao pai, Adriano Marcos Arcanjo, para montar o quebra-cabeça. A euforia, na tarde dessa segunda-feira, tinha motivo: depois de 12 dias trocando de hotel, sem precisar o futuro, finalmente a família Arcanjo pôde respirar um pouco aliviada ao receber a chave de uma casa, em Mariana.

Adriano, a esposa Simone Lorena e a filha Vanessa são uma das cinco primeiras famílias de Bento Rodrigues a serem transferidas dos hotéis para casas alugadas pela Samarco em Mariana, por exigência do Ministério Público, em um processo que começou no fim de semana. “A gente saiu do hotel, que estava sem espaço. Já estamos em casa, que é melhor para recomeçar a vida”, comemorou Adriano ao abrir a porta da casa mobiliada de três quartos, sala grande, televisão de tela plana, dormitórios com jogos de cama novos e cozinha com geladeira tão abastecida, que Vanessa fazia questão de enumerar. “Leite, leite, leite, laranja, cenoura, água, melancia...”

As famílias com crianças e idosos têm prioridade de se transferir para as casas, que variam de acordo com o tamanho da família. Adriano, pai da pequena Vanessa, trabalhava como pedreiro durante o dia em Bento Rodrigues e motorista de ônibus escolar à noite. Na tarde de 5 de novembro, data da tragédia, estava tomando banho quando ouviu as pessoas gritando na rua. Foi o tempo de pegar a esposa e a filha e acelerar o Fiat Palio para escapar da lama. No pequeno sítio ficaram um Fusca, uma caminhonete, álbum de casamento, bicicleta, galinhas, duas vacas, ferramentas de pedreiro e R$ 5 mil em dinheiro.

No porta-malas, além da saudade de Bento, sobraram dois galões vazios e as rédeas dos cavalos, que hoje dividem espaço com muitas sacolas de doações: roupas, brinquedos, cestas básicas. “A Samarco prometeu que, até arrumar, ela vai ajudar a gente com aluguel, salário. A gente pretende terminar de arrumar os documentos e conseguir emprego”, explica Adriano, que tem como maior desejo ver a vila reconstruída, com a mesma vizinhança e baia com água limpa para os cavalos.


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