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Estado de Minas

Ladrões invadem fazenda em Jequitaí, roubam mais de 100 bois e ainda pedem almoço

Como no velho Oeste, um grupo de oito assaltantes fortemente armados invadiu uma fazenda em Jequitaí, no Norte de Minas, rendeu os funcionários e roubou 110 cabeças de gado. Os bandidos usaram cinco carretas para transportar o gado. Enquanto as carregavam, ainda obrigaram uma empregada a cozinhar para eles.


postado em 28/10/2015 06:00 / atualizado em 28/10/2015 08:03

(foto: Lélis)
(foto: Lélis)
Agindo como as quadrilhas do velho Oeste, um grupo de oito assaltantes invadiu uma fazenda em Jequitaí, na Região Norte de Minas Gerais, e roubou 110 cabeças de gado. O ataque ocorreu no fim da tarde de segunda-feira, quando os criminosos, usando cinco carretas de transporte de gado e fortemente armados, chegaram à propriedade, às margens da BR-265, e renderam os empregados.

O proprietário da fazenda e dos animais roubados, Marcos Bossi de Paula, acredita que os ladrões já conheciam o funcionamento da fazenda. “Prenderam todo mundo. Obrigaram os vaqueiros a separar o gado e embarcar todos nas carretas. Eram 110 cabeças e cada animal pesa 12 arrobas,” explica o fazendeiro.

Os funcionários foram intimidados e ameaçados pelos criminosos. “Estavam fortemente armados. Pelo modo como agiram, era uma quadrilha especializada nesse tipo de roubo. Sabiam de tudo que acontecia lá. A ousadia foi tanta que até mandaram a empregada cozinhar para eles”, concluiu Bossi.

O grupo deixou a propriedade por volta das 21h. A polícia foi chamada e fez rastreamento na região, porém, sem sucesso. Segundo o fazendeiro, os veículos usados pelos criminosos foram vistos na BR-365, próximo a Pirapora. “Estamos assustados com isso. Esse tipo de crime se tornou frequente na região. Tenho a fazenda desde 1972 e esta foi a primeira vez que aconteceu comigo, mas há muitas vítimas. Como vou viver na fazenda desse jeito?”, questiona.

A Polícia Civil confirmou que foram roubadas 110 cabeças de gado. Pelo menos oito autores participaram da ação. Três agiram armados para render o caseiro e os demais funcionários. Os outros cinco conduziram os cinco caminhões usados para levar o gado. Policiais civis de Pirapora foram encarregados do caso e procuram pistas dos autores.

O aumento da violência no campo vem fazendo os donos das propriedades mudarem os hábitos. Antes, buscavam as fazendas para morar, mas, agora, estão tendo que se mudar para as cidades. “Não temos a segurança urbana que é oferecida. Não temos patrulhamento, a polícia que atua no campo, que é a Polícia Ambiental, serve para fiscalizar o produtor. Agora, se alguém for assaltado, ela não faz nada para ajudar, pois tem a função de fiscalização e não de repressão. Isso deixa os fazendeiros à mercê do aumento de crimes no campo. Como não têm condições de morar nas propriedades, os produtores estão se mudando para a cidade, à procura de segurança”, afirma Pierre Vilela, Superintendente do Instituto Antônio Ernesto de Salvo (Inaes) da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg).

O superintendente diz que não há estatísticas exatas sobre roubos de gado, pois, na maioria dos casos, as vítimas não fazem boletins de ocorrência. Mesmo assim, relata um aumento da violência no campo. “A informação que estamos recebendo dos sindicatos é o aumento da criminalidade na zona rural, com roubo de máquinas e produto. Antigamente, não tínhamos isso. A necessidade de segurança que existe hoje na cidade, com muros altos e cercas elétricas, está chegando ao campo. Nas fazendas, temos propriedades abertas com cercas apenas para proteção dos animais. Por isso, fica muito fácil para os assaltantes”, comenta Vilela.

Dados divulgados pela Faemg, com base em registros da Secretaria de Estado de Defesa Social, indicam que, de janeiro até maio foram registrados 625 casos de furto, roubo e extravio de porcos, bois e cavalos. Em todo o ano passado, foram 1.093 ocorrências. E, em 2013, 868. Em relação a arrombamento e furtos de residências rurais, nos cinco primeiros meses deste ano foram registrados 2.938 casos. Em 2014, foram 5.634 ocorrências registradas em 12 meses, e, no ano anterior, 1,8 mil.A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), por sua vez, divulgou os dados de roubo e furto de gado no estado nos últimos três anos. Os números mostram crescimento da prática desses crimes. No caso do roubo de gado, foram sete ocorrências registradas em 2013, nove em 2014 e 16 de janeiro a agosto deste ano. Quanto ao furto, são esses os números: 466 casos em 2013, 640 no ano passado e 789 até agosto.


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