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Estado de Minas

Trilha no Bairro Buritis é uma das mais difíceis, mas diversidade de animais compensa passeio

Percurso da nascente do Córrego Ponte Queimada até o Parque Aggeo Pio Sobrinho, no Buritis, é íngreme


postado em 20/09/2015 06:00 / atualizado em 20/09/2015 10:54

Micos-estrela e outros animais são atração à parte na trilha do Parque Aggeo Pio Sobrinho(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Micos-estrela e outros animais são atração à parte na trilha do Parque Aggeo Pio Sobrinho (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
 

No interior do segundo bairro mais populoso de Belo Horizonte, o Buritis, na Região Oeste, com pouco menos de 30 mil habitantes, uma das trilhas mais difíceis e íngremes da capital segue margeando o Córrego Ponte Queimada desde sua nascente, no Bairro Olhos D’Água, no Barreiro, até o Parque Aggeo Pio Sobrinho. Poucas pessoas podem fazer a trilha, pois é preciso pedir autorização à zeladoria do parque, que disponibiliza guias para escolas e interessados, porém muitos desistem nos primeiros 300 metros. Completar a passagem até o Bairro Olhos D’Água foi o desafio mais árduo da reportagem do Estado de Minas para mostrar algumas das trilhas inóspitas da capital mineira. A surpreendente diversidade de vida animal dentro do parque, por outro lado, compensa o passeio, mesmo que no trecho inicial, onde às margens do córrego se avistam esquilos cinzentos, micos-estrela, borboletas de asas coloridas, lagartos e cobras. A presença de serpentes venenosas, no entanto, exige precaução, mesmo onde a visita é permitida.

A trilha que leva à nascente do Córrego Ponte Queimada se confunde em longos trechos com o leito do próprio manancial. O desnível de 140 metros do início do percurso ao fim parece pequeno, mas engana, pois precisa ser vencido em 455 metros. Ou seja, a cada 3,25 metros caminhados é preciso subir um metro. O leito, quando seco, é formado por grandes pedras roladas, algumas delas soltas e que não permitem uma passada uniforme nem firme, o que desgasta ainda mais quem está no trajeto. Com chuva pode ser impossível chegar ao destino. Os piores obstáculos são a sequência de sete paredões rochosos íngremes, que chegam a ter inclinação de 70°.

Nem tudo é bonito e preservado. O lixo gerado nas partes mais altas, onde ficam os bairros, acaba sendo carreado por canalizações sanitárias até o fundo do vale. Canos clandestinos pendendo de barrancos também despejam esgoto e água de quintais de edificações vizinhas ao parque.



No caminho pelo leito do Ponte Queimada, pedras soltas também escondem perigos. Na quinta-feira, quando a reportagem passou por lá, as rochas que se desprenderam libertaram aranhas e uma cobra-d’água. O réptil não é venenoso, mas espécies peçonhentas são avistadas na mata, como cascavéis e jararacas. “É preciso vir de botas de cano longo para evitar que a picada de uma cobra atinja o calcanhar”, avisa José Higino, um dos responsáveis pelo parque. A chegada à nascente, que é um filete de água no fundo de uma garganta à beira do Bairro Olhos D’Água, sob a antiga fábrica da Vide Bula, é só um breve alívio, pois não há como retornar pelo mesmo caminho, e não há trilhas batidas para chegar ao bairro. Testando a passagem pelo matagal é que se chega à Rua Adelino Testi.

ROLA MOÇA Caminhadas menos intensas e mais seguras podem ser feitas no Parque da Serra do Rola Moça, que tem entradas pelo Barreiro e pelo Jardim Canadá, em Nova Lima, na Grande BH. Há duas trilhas que levam a cachoeiras e a mirantes de onde se avistam cidades da região, como Brumadinho e Ibirité. Na Trilha das Pitangas, o percurso de 2 quilômetros termina numa cachoeira de águas e de mesmo nome. Uma das partes mais difíceis é a escadaria de 350 degraus que precisa ser ultrapassada. O casal Ralfo Camargo, de 63 anos, e Sílvia Camargo, de 57, de Araçatuba (SP), se surpreendeu com a beleza dos caminhos da serra, mesmo com a proximidade com a capital mineira. “Não esperava ver um lugar tão bonito. Foi surpreendente e lindo respirar esse ar puro da montanha, ver mirantes tão bonitos”, disse Sílvia.


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