Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas na manhã desta quarta-feira durante o julgamento de Marília Cristiane Gomes, de 20 anos, acusada de matar o filho Keven Gomes, de 2 anos, e esconder o corpo no sofá em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O julgamento continua ao longo da tarde.
O júri acontece na Câmara Municipal da cidade, presidido pela juíza Daniela Cunha Pereira. O promotor é Luiz Felipe de Miranda. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), 11 testemunhas foram arroladas, no entanto, apenas oito permaneceram. Isso porque uma delas, de defesa, não foi localizada, e outras duas de acusação foram dispensadas por critério da promotoria. O conselho de sentença é formado por cinco homens e duas mulheres.
O julgamento deve ser retomado por volta das 14h, após o intervalo para o almoço. Nesta tarde serão ouvidas as testemunhas de defesa e a ré, que estava presa na Penitenciária Estevão Pinto.
O crime aconteceu em julho de 2014. Keven morava com os pais Marília e Cláudio Ribeiro Sobral, de 31 anos, em Ibirité, em um terreno com outras duas casas de aluguel, sendo uma delas de um casal de tios da criança. O menino estava desaparecido desde 24 de julho do ano passado, conforme um boletim de ocorrência registrado pela própria mãe.
No dia 27, o corpo de Keven foi encontrado dentro de um sofá da casa dos tios, que haviam acabado de chegar de viagem. Ele tinha apenas sangue no nariz e estava em estado de decomposição. Uma poça de sangue também foi vista debaixo do sofá.
Na manhã do dia seguinte, Marília prestou depoimento à Polícia Civil, mas acabou sendo chamada novamente para prestar esclarecimentos por causa de contradições em suas versões. Da segunda vez, ela acabou confessando o crime e foi presa em flagrante.
A mulher disse que o menino estava dormindo e quando se levantou mexeu no celular dela. O aparelho caiu e o garoto deu um tapa na mão da mãe, que foi pegar o telefone. Marília disse que perdeu a cabeça, pegou as duas mãos da criança e a arremessou com força na cama do casal. O menino bateu a cabeça na parede e desmaiou.
Durante o depoimento, a mulher contou que o garoto começou a mudar de cor e notou uma espuma branca na boca dele. Como ficou com medo de ser linchada e presa, não contou para ninguém sobre o caso. Para tentar se livrar da criança, pegou-a no colo e a levou até a casa vizinha, que pertence aos cunhados. Lá, pegou um lençol, enrolou o corpo e tirou o forro do sofá. Depois de colocar o menino na madeira, voltou a colar o forro do móvel.